INFLAÇÃO TEM MAIOR ALTA PARA O MÊS DE JULHO EM 19 ANOS DIZ ESTUDOS DO IBGE
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Publicado em 10/08/2021

Pressionado pela alta nas contas de energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)  a inflação oficial do país acelerou a alta para 0,96% em julho, após ter registrado taxa de 0,53% em junho, conforme divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Essa é a maior variação para um mês de julho desde 2002, quando o índice foi de 1,19%", informou o instituto.

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 8,99%, a mais alta desde maio de 2016, quando ficou em 9,32%. No ano, o IPCA acumula alta de 4,76%.

Desde março, o indicador acumulado em 12 meses tem ficado cada vez mais acima do teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano, que é de 5,25%.

O resultado veio ligeiramente acima do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,94% em julho, acumulando em 12 meses alta de 8,98%.

Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados:

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 8 apresentaram alta em julho:

Alimentação e bebidas: 0,6%

Habitação: 3,1%

Artigos de residência: 0,78%

Vestuário: 0,53%

Transportes: 1,52%

Despesas pessoais: 0,45%

Educação: 0,18%

Comunicação: 0,12%

Saúde e cuidados pessoais: -0,65%

Único grupo a registrar deflação, Saúde e cuidados pessoais teve o resultado pressionado pela queda nos preços dos planos de saúde diante do reajuste negativo de -8,19% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 8 de julho.

Energia elétrica tem alta de 7,88% no mês

A inflação do grupo habitação foi influenciada principalmente pela alta da energia elétrica (7,88%), que acelerou em relação ao mês anterior (1,95%) e registrou o maior impacto individual no IPCA de julho, respondendo sozinha por 0,35 ponto percentual da taxa do mês.

A alta é explicada, sobretudo, pela entrada em vigor da bandeira tarifária de vermelha patamar 2, que passou a cobrar R$ 9,49 a cada 100kWh consumidos, após reajuste de 52%. A mudança de bandeira ocorre diante da crise hídrica, que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara.

O IBGE destacou também que ocorreram reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo (12,45%), a partir de 4 de julho, de 8,97% em Curitiba (11,34%), a partir de 24 de junho, e de 9,08% em uma das concessionárias de Porto Alegre (8,02%), a partir de 19 de junho.

 

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