BRASILEIRA MORTA NO DESERTO DOS ESTADOS UNIDOS FOI DEIXADA PELOS AMIGOS
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Publicado em 17/09/2021

O irmão da brasileira de 50 anos encontrada morta nos EUA na quarta-feira criticou a conduta do grupo que atravessava com ela o deserto na região da fronteira com o México. Leci Pereira disse que foi crueldade abandoná-la, sem comida e água enquanto ela passava mal. Relatos indicam que ela tentou entrar no país com três amigos de infância, que a deixaram para trás, além da pessoa contratada para orientá-los ao longo do caminho. O corpo da técnica em enfermagem foi avistado pela patrulha norte-americana após dias de buscas. Ela estava numa área bastante quente e afastada da cidade mais próxima, chamada Deming. Lenilda deixa duas filhas.

Não se faz isso nem com cachorro, como é modo de falar. Quero dizer, não se pode maltratar animais, então como que se larga um ser humano no deserto sem comida, sem água? desabafou Leci. Você não tem noção da dor que é isso. É muito difícil.

'Foi construir outro tipo de sonho'

O irmão de Lenilda agora visa a chamar atenção para o caso como forma de alertar outras pessoas a não se arriscarem na travessia do deserto.

No Brasil, está todo mundo chocado com essa história, e lá (nos EUA) também. Nós queremos que a história repercuta para que isso acabe. Nosso país tem que fazer algo para impedir que histórias assim se repitam. Ela foi construir outro tipo de sonho para ela, mas quero deixar um alerta para que outras pessoas não façam esse trajeto e que as autoridades (brasileiras) impeçam isso. Que nosso país seja melhor. O Brasil acabou.

Ele contou que a irmã se separou do ex-marido há alguns meses e decidiu ir para os Estados Unidos.

Ela sempre quis ir com os amigos, lembrou.

Lenilda teria começado o trajeto às 4h da segunda-feira, dia 6, acompanhada pelos três colegas e o "guia". Leci disse que sua irmã costumava mandar notícias para a família por mensagens, compartilhando também sua localização, até que chegou um momento, na tarde do dia 7, que a sobrinha dele reparou, por meio de um aplicativo de rastreamento, que o celular de Lenilda não se deslocava mais. A partir de então, todos ficaram preocupados, pois ela também parou de responder.

Até então nós não sabíamos que ela estava abandonada. Imaginávamos que estava com os companheiros, disse Leci.

'Simplesmente a abandonaram lá'

A localização de Lenilda foi difícil de ser descoberta, pois ela estava numa região ampla de deserto, com a residência mais próxima a 400 metros de distância. Além disso, ela vestia uma roupa camuflada, para dificultar ser observada. E a escolha por visuais assim é comum entre os imigrantes ilegais, segundo a polícia local.

Segundo Kleber, a polícia realizou várias buscas, sejam aéreas ou pelo solo, mas custou bastante a encontrá-la.

Ela começou a ficar desidratada, a passar muito mal e não conseguiria continuar. O que aconteceu foi que os supostos amigos dela, junto com o "coiote", simplesmente a abandonaram lá. Ela ficou  sozinha no meio do deserto, e eles continuaram a caminhadaa, lamentou.

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