SÍNDICA E AMANTE VÃO A JÚRI POPULAR POR SUSPEITA DE TRAMAR MORTE DE NAMORADO
Principais notícias do Dia
Publicado em 18/11/2021

A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, determinou que a síndica Priscilla de Oliveira - suspeita de ser a mandante da morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari, morador do prédio que ela administrava na Barra da Tijuca - , e Leonardo Lima, investigado por matar Monttechiari, vão a júri popular.

A determinação saiu após audiência de pronúncia - onde um juiz analisa se há indícios suficientes de materialidade do crime -, nesta quarta-feira (17), no Rio.

"Ante o exposto, pronuncio os réus Leonardo Gomes de Lima e Priscilla Laranjeiras Nunes de Oliveira, a fim de que sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri, como incursos nas sanções do artigo121, § 2º, incisos I e IV, sendo, com relação a PRISCILLA, na forma do artigo 29, ambos do Código Penal. Já agora admitida a imputação, mantenho as prisões dos acusados, por entender que remanescem íntegros os pressupostos da prisão cautelar, que veio decretada para garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal", escreveu a juíza em sua sentença.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Priscilla de Oliveira, que não sabe se vai recorrer da decisão de julgamento via tribunal do júri.

Ainda não sabemos se vamos recorrer dessa a decisão. Vou conversar com a família e com a própria Priscilla para definir os novos rumos da defesa. De qualquer modo, consideramos muito frágeis os motivos que alegam para a Priscilla participar supostamente desse crime", disse o advogado Norley Thomaz Lauand, que defende a ex-sindíca.

Julgamento seria em 2022

O advogado acredita que, mesmo não recorrendo, o julgamento dos réus só deve acontecer em 2022, e que circunstâncias,como uma carta de Leonardo que inocenta Priscilla, podem ser bem trabalhadas junto aos jurados.

No documento, datado do dia 28 de maio, o ex-administrador do London Green Park diz que Carlos Eduardo Monttechiari ameaçava Priscilla, e que as ameaças se voltaram para ele depois que o empresário descobriu o romance de Leonardo com Priscilla. Ele ameaçava contar tudo para a mulher do administrador e teria chegado a pedir dinheiro para não fazê-lo.

O crime

Priscilla de Oliveira e Leonardo Lima, supervisor do condomínio e apontado como amante dela, teriam tramado a morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari. Isso teria ocorrido depois que Monttechiari acusou Priscilla de desviar dinheiro do London Green Park.

Uma câmera de segurança registrou o crime, ocorrido na manhã do dia 1º de fevereiro. A princípio, a polícia tratava o caso como um latrocínio, roubo seguido de morte.

Mas a 27ª DP (Vicente de Carvalho) concluiu que o Carlos Eduardo, que já tinha sido síndico do condomínio e era opositor de Priscilla, tinha marcado para 5 de fevereiro uma assembleia a fim de apresentar um dossiê com provas contra a gestora.

Comentários