MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A CHACINA NO COMPLEXO DO SALGUEIRO QUE DEIXOU 09 MORTOS
Principais notícias do Dia
Publicado em 24/11/2021

A Polícia Civil já identificou os nove mortos da operação da Polícia Militar no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo e que ocorreu no último fim de semana.

Além de oito corpos achando em um mangue, na região conhecida como Palmeira, a morte de Igor da Costa Coutinho também foi relacionada ao confronto na terça-feira (23).

Segundo a Polícia Militar, ele teria sido ferido no domingo (21), durante os confrontos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele teria sido um dos homens que atiraram contra o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, e que morreu no sábado (20).

A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), que investiga o caso, enviou um ofício à Polícia Militar solicitando os nomes dos agentes que participaram da ação e a apreensão das armas para exames periciais.

O objetivo é esclarecer como se deu a dinâmica dos fatos e apurar possíveis abusos de conduta. O Ministério Público também instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para analisar eventuais violações, o que foi relatado por moradores e parentes de mortos na ação.

Policial também morreu na ação

Os confrontos no Complexo do Salgueiro teriam começado ainda na madrugada do sábado (20), quando o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, do 7º BPM (São Gonçalo), foi atacado a tiros por criminosos durante um patrulhamento em Itaúna, localidade que fica dentro do Complexo do Salgueiro. O policial chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

O sargento Leandro Rumbelsperger estava na PM desde 2006, era casado e tinha dois filhos. Ele foi sepultado no domingo (21).

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi mobilizado e justificou sua presença no local de absoluta excepcionalidade para a identificação e prisão dos responsáveis pelo assassinato do sargento Rumbelsperger, além da retirada de policiais que estariam no interior da comunidade.

O Bope afirmou ainda no documento que havia uma ambulância para socorro de civis e policiais, se houvesse necessidade.

Segundo moradores, as mortes que aconteceram dentro da comunidade e os corpos que foram deixados em uma região de mangue seriam uma retaliação da polícia à morte do sargento. Eles contam que policiais pegaram pessoas que estavam na rua - muitos sem envolvimento com o crime -, torturavam e matavam.

“A situação lá era de cenário de terror. Tem gente que não tem como reconhecer, porque está com o rosto todo desfigurado por faca. Como alguém pode dizer que essa pessoa foi morta em trocando tiro, se está com o rosto todo desfigurado? ”, questionou o parente de um dos mortos, que disse ainda que recebeu orientação no IML de fazer o reconhecimento de seu familiar do tórax para baixo devido às más condições do rosto.

Apesar das acusações sobre a prática de tortura contra suspeitos durante a operação no Salgueiro, os responsáveis pela investigação negam que existam sinais de que os mortos tenham sido torturados.

A Polícia Militar também nega violações e diz que se manteve em confronto com bandidos na região de mata, próxima ao mangue.

 

Comentários