Pelo menos 13 pessoas morreram e 180 ficaram feridas com a explosão acidental de um caminhão com explosivos em uma área de mineração no Oeste de Gana na quinta-feira. A explosão, que abriu uma cratera de 20 metros de largura, destruiu a comunidade rural de Apiate, a cerca de 200 km da capital, Acra.
Segundo a polícia, explosão aconteceu após o caminhão pegar fogo depois da colisão com uma moto, mas um comunicado do governo sugere como causa um transformador na estrada.
Em um vídeo do local, equipes de resgate aparecem correndo para ajudar sobreviventes, que, segundo autoridades locais, lotaram hospitais próximos.
Todo o lugar, toda a comunidade, se foram — disse Isaac Dsamani, o executivo-chefe municipal da área, a repórteres.
Escavadeiras também foram usadas para remover pilhas maiores de sujeira e destroços. A polícia pediu para que cidades próximas acolham desabrigados em escolas e igrejas.
Vimos danos a vidas e propriedades que são simplesmente indescritíveis, disse o estudante Daniel Adu-Gyamfi, voluntário nos esforços de resgate. Ontem era possível ver restos humanos por toda parte.
O caminhão pertencia à empresa espanhola Maxam. O veículo transportava explosivos para a mina de ouro Chirano, administrada pela Kinross Gold Corporation, com sede em Toronto, segundo a polícia.
Em um comunicado, o governo disse que a Maxam será suspensa da fabricação, transporte ou fornecimento de explosivos para operações de mineração até o resultado das investigações. O governo também ordenou a suspensão do inspetor-chefe de mineração de Gana, que é responsável por supervisionar o uso de explosivos no setor.
Procurada, a Maxam, que tem 140 subsidiárias operando em mais de 50 países, não respondeu às perguntas da reportagem. Já a Kinross disse que planeja fornecer apoio aos esforços de resgate e itens de socorro aos afetados.
Kwesi Ofori, diretor de Assuntos Públicos do serviço de polícia de Gana, disse a repórteres nesta sexta-feira que o transporte dos explosivos seguiu o procedimento adequado e que o caminhão tinha escolta policial.
A polícia chegou a informar primeiramente que 17 pessoas morreram, mas corrigiu depois para 13. O número de fatalidades, no entanto, poderia ter sido maior. Entre a colisão e a explosão, houve um período em que o motorista conseguiu alertar a comunidade sobre o perigo, segundo Ofori, salvando vidas. Não está claro, porém, se o motorista conseguiu sobreviver.
“É um incidente verdadeiramente triste, infeliz e trágico”, publicou no Twitter o presidente de Gana, Nana Akufo-Addo. “Envio, em nome do governo, profundas condolências às famílias dos mortos e desejo aos feridos uma rápida recuperação.”