Os telefones celulares estão entre os itens prioritários na rotina dos brasileiros. Com o número de aparelhos superior ao total da população, o país ocupa o 4º lugar no ranking de serviços financeiros online, atrás apenas de Canadá, Suécia e África do Sul. Mas essa avidez tecnológica também é o que nos torna mais vulneráveis a roubos e extorsões – crimes cada vez mais frequentes e violentos.
Em entrevista ao episódio #647 de O Assunto, Thiago Ayub, que desde 1994 acompanha o desenvolvimento de ferramentas de segurança na internet, compara o acesso ao telefone celular ao risco de ter a casa invadida.
"A nossa vida digital está no aparelho. Não só na nossa conta bancária, mas comprovante de vacinação, mensagem de trabalho e interações com familiares. No bolso, a gente tem uma réplica da nossa vida pessoal e profissional", analisa Thiago.
"Quando um celular é roubado ou furtado, esse mesmo patrimônio digital está a disposição dos bandidos."
A possibilidade de acesso à vida digital da vítima tem levado ao aumento de roubos de celulares, com abordagens cada vez mais violentas. É o que relata o repórter César Galvão. Segundo ele, os criminosos miram no aparelho desbloqueado.
"Com o celular desbloqueado, eles [criminosos] têm acesso a senhas, contas bancárias, e são muito rápidos nisso. Conseguem fazer transferências de valores das contas bancárias, pulverizam esse dinheiro em muitas outras contas e limpam o que a pessoa tem no banco."