MORADOR DE CHÁCARA QUE MATOU ' HIPSTER DA FEDERAL ' O ALERTOU QUE ESTAVA ARMADO
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Publicado em 04/03/2022

O morador da chácara que atirou e matou o policial federal Lucas Soares Dantas Valença, de 36 anos, conhecido como "hipster da Federal", alertou para ele não invadir na casa, pois estava armado, segundo informou o delegado Adriano Jaime. O caso aconteceu em Buritinópolis, no nordeste de Goiás, na noite de quarta-feira (2).

"O morador disse: 'Não entre, estou armado'. Mesmo assim, a vítima entrou e foi para cima do autor, que desferiu um único tiro", contou o delegado.

Segundo o depoimento do morador, o agente da PF gritou do lado de fora dizendo que "havia um demônio" na residência e, em seguida, disparou: "Saiam todos da casa, se não eu vou entrar e matar", conforme o delegado.

A advogada de Lucas disse que o policial fazia tratamento contra depressão e viajou a Goiás para comemorar o aniversário do irmão em um rancho da família. Segundo ela, os parentes acreditam que ele saiu a pé e, por estar escuro, não tenha conseguido voltar para rancho. Ela disse ainda foi o primeiro surto que ele teve.

O delegado disse que o morador foi preso por posse irregular de arma de fogo, mas pagou fiança e aguarda a investigação em liberdade.

Em nota, a Polícia Federal disse que "acompanha as investigações e presta todo apoio".

Como aconteceu

Familiares e amigos relataram à Polícia Militar que o policial estava em surto psicótico desde o dia anterior, conforme o boletim de ocorrência. Lucas Valença teria gritado do lado de fora dizendo que "havia um demônio" na residência, antes da invasão.

No interior da casa estavam o dono, a esposa e a filha do casal de 3 anos. O morador contou à polícia que ouviu barulhos de gente em volta da sua residência e uma gritaria com diversos xingamentos. Foi quando a vítima desligou o disjuntor de energia que fica fora da casa e arrombou a porta da sala.

Diante da escuridão e com medo, o morador atirou no policial com uma espingarda. A bala atingiu a barriga, segundo a ocorrência. Ele alegou à polícia que agiu em legítima defesa.

"Como as circunstâncias do fato indicam que o autor agiu em legítima defesa, estava dentro da sua casa e defendendo a família, optamos por continuar as investigações somente por meio de inquérito", esclareceu o delegado.

O dono da casa relatou que atirou em direção do invasor, mas que até então não sabia quem era. Após religar o disjuntor de energia, ele viu a vítima baleada e chamou a polícia e a ambulância.

Ainda segundo a ocorrência, a ambulância chegou a ir ao local, mas o policial já estava morto.

O Instituto de Criminalística da Polícia Civil esteve na chácara para fazer a perícia da cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) de Posse recolheu o corpo para fazer o exame cadavérico, que vai apontar as causas da morte.

 

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