A Polícia Civil do RJ prendeu nesta segunda-feira (14) Aluizio Moisés de Sá Monteiro, o MC Moisés, da dupla Moisés e Pinho, por extorsão. Seu comparsa, o PM Thiago César de Abreu Silva, também foi preso, ao deixar o serviço no 23º BPM (Leblon).

Segundo as investigações da 76ª DP (Niterói), Moisés e Thiago fingiam ser policiais civis para extorquir de empresários. Eles negam o crime.

Nos anos 1990, Moisés fez sucesso com o Rap da Vila Ypiranga, ao lado de Pinho. Ele foi preso em casa, em Ponta Negra, em Maricá.

Distintivos e mandados falsos

A polícia afirma que Moisés e Thiago, que andavam armados, apresentavam às vítimas distintivos e mandados de prisão falsos. A dupla, então, iniciava uma negociação para que o “procurado” não fosse detido e levado para uma delegacia.

Uma das vítimas foi atacada há cerca de um mês. Moisés e Thiago foram ao escritório de uma empresa de empréstimo consignado no Centro de Niterói e, mesmo flagrados por câmeras de segurança, prosseguiram com o golpe e abordaram o gerente, já que um dos sócios não estava. Dali, os três seguiram para uma lanchonete.

Segundo os depoimentos prestados na delegacia, a condição para liberar os dois, gerente e sócio, era o pagamento de R$ 40 mil em espécie.

Vítima enganou dupla

Mas o gerente pensou rápido e conseguiu enganar a dupla.

“Como a vítima não tinha como levantar a quantia, sugeriu pagar por transferência. E programou metade do valor a ser depositado em uma conta. Só que o agendamento, pelo alto valor, iria demorar. Eles acreditaram e aceitaram pegar o restante ao longo da semana. Só que as vítimas cancelaram a operação e procuraram a delegacia”, explicou o delegado Luiz Henrique Marques, da 76ª DP.

A conta utilizada para a transferência também foi identificada pelos investigadores: era da esposa de Moisés.

Diante da falta de pagamento, Moisés, de acordo com a polícia, passou a ameaçar as vítimas. “Ele dizia que iria pegá-las e que não teria mais negociação. Que iria entregá-los ao delegado. Mas esse mandado nunca existiu”, lembrou Marques.

“Descobrimos ainda que Moisés também se passava por policial militar e tinha uma foto fardado em sua carteira de motorista”, completou o delegado.

A polícia espera que outras vítimas possam reconhecer os suspeitos, já que eles acreditam que a dupla tenha agido em outros endereços.

Os dois vão responder por extorsão.