JUSTIÇA SE SP DECIDE SOLTAR SARGENTO DA PM PRESO POR MATAR ARTISTA NA VILA MADALENA
Principais notícias do Dia
Publicado em 18/03/2022

A Justiça de São Paulo decidiu nesta quinta-feira (17) soltar o sargento da Polícia Militar (PM) que estava preso preventivamente por atirar e matar um artista plástico há mais de um ano, durante discussão e briga na Vila Madalena, na Zona Oeste da capital.

A juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, mandou tirar da prisão "com urgência" o policial Ernest Decco Granaro, de 34 anos, para ele responder em liberdade pelo crime de assassinato contra Wellington Copido Benfati, o Nego Vila. Até a última atualização desta reportagem não havia confirmação oficial de que o agente da PM foi solto.

Ernest Granaro havia sido preso em flagrante em 28 de novembro de 2020, quando atirou em Nego Vila. O policial estava de folga e sem uniforme à época do crime. Já a vítima tinha 40 anos quando morreu baleada com um tiro naquela madrugada. O agente, que é réu no processo por homicídio doloso, aquele no qual há a intenção de matar, sempre negou ter atirado para matar; alegou que disparou para se defender.

De acordo com a magistrada, como o júri popular do caso, que estava marcado para 16 de março, foi adiado para 19 de abril porque uma testemunha faltou, ela decidiu colocar o acusado em liberdade, alegando "excesso de prazo" pelo tempo que ele está detido sem julgamento.

"Considerando-se a redesignação, e diante da concordância das partes quanto a esse ponto, entendo que a manutenção da prisão do acusado não se justifica, por excesso de prazo na formação da culpa. Assim, a revogo. Expeça-se alvará de soltura clausulado, com urgência", alegou a juíza Michelle em sua decisão publicada no site do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo.

O crime

O sargento será julgado no próximo mês no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste. A juíza exigiu que as pessoas que participarão do julgamento usassem máscaras e mostrassem comprovante de vacinação contra a Covid.

No entendimento da magistrada, há indícios suficientes de que Ernest Granaro quis assassinar Nego Vila. E por esse motivo, ele deve ser julgado por sete jurados que poderão absolvê-lo ou condená-lo pelo crime.

A pena máxima para o homicídio qualificado é de 30 anos de prisão. O sargento responde a uma qualificadora: a de ter usado recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi o uso da arma de fogo. Ele também é acusado de ter cometido o crime com o agravante de o país estar sob estado de calamidade pública, devido à pandemia do coronavírus.

Ernest Granaro alegou à Justiça que disparou contra Nego Vila para se defender dele durante confusão entre outras pessoas no cruzamento das ruas Deputado Lacerda Franco e Inácio Pereira da Rocha, na região de Pinheiros. Elas conversavam em frente a uma distribuidora de bebidas, que fica perto de um posto de combustíveis e de uma delegacia.

Mas, de acordo com a polícia e o Ministério Público (MP), testemunhas contaram que o policial, mesmo à paisana, sacou a arma e executou o artista quando ele estava caído no chão e rendido.

Ernest Granaro foi preso em flagrante à época por outros policiais militares que estavam no 14º Distrito Policial (DP), em Pinheiros, e correram até o local depois de ouvirem o disparo. Ele estava detido no presídio Romão Gomes, que é da Polícia Militar e fica na Zona Norte.

 

Comentários