AO MENOS 08 ESTADOS BRASILEIROS JÁ APLICAM QUARTA DOSE DA VACINA CONTRA COVID EM IDOSOS
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Publicado em 23/03/2022

Enquanto o Ministério da Saúde avalia a ampliação de uma segunda dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para os idosos, estados brasileiros estão adiantados e já anunciaram a imunização de outros grupos considerados de maior risco para a doença. Em âmbito nacional, a recomendação do governo segue apenas para pessoas imunossuprimidas a partir de doze anos, mas levantamento feito pelo GLOBO mostrou que ao menos sete estados já oferecem a quarta aplicação para idosos ou profissionais da saúde, e, no Rio de Janeiro, a capital tem um calendário que prevê a dose extra para toda a população adulta.

Nesta segunda-feira, São Paulo deu início à quarta dose em idosos com mais de 80 anos. Ontem, a capital anunciou que, a partir da próxima terça-feira, ampliará a dose adicional para todos com mais de 70 anos. O governo estadual e a prefeitura afirmam que todas as vacinas disponíveis no Plano Nacional de Imunizações (PNI) são utilizadas como reforço, inclusive a CoronaVac. A decisão, no entanto, é criticada por especialistas.

A dose de reforço deve ser feita com vacinas que a gente já sabe que induzem uma maior resposta imunológica, como as de RNA mensageiro (Pfizer) e as de vetor viral (AstraZeneca e Janssen). A CoronaVac funciona muito bem para adultos jovens, mas a gente sabe hoje que não tem uma efetividade tão boa para os idosos, explica a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Já no Rio de Janeiro, o governo estadual afirmou que segue a recomendação do Ministério da Saúde. No entanto, a prefeitura da capital anunciou, no início de fevereiro, que estenderá a dose extra para toda a população adulta no intervalo de um ano da terceira aplicação, começando pelos idosos em julho. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que “não há evidências científicas de que a DR2 (segundo reforço) deva ser aplicada em intervalo menor do que um ano” e por isso não há previsão para adiantar a inclusão desse público.

Porém, o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, afirma que há dados hoje que mostram sim uma diminuição na proteção conferida pela terceira dose com o tempo, especialmente em grupos que naturalmente respondem de forma mais fraca à vacina, como idosos e imunossuprimidos.

Hoje sabemos que essa quarta dose tem uma indicação para essas populações específicas porque são pessoas que têm uma tendência a perder a capacidade de resposta à vacina. Isso é para evitar que a gente tenha essa população ainda mais vulnerável e consiga evitar óbitos, destaca a especialista.

O Mato Grosso do Sul foi o primeiro estado a estender o segundo reforço, no início de fevereiro, para idosos com mais de 60 anos, profissionais da saúde, gestantes e puérperas. Na última quarta-feira, o Rio Grande do Norte também passou a recomendar a nova aplicação para aqueles com 60 anos ou mais. Nesta segunda-feira, o Espírito Santo deu início à quarta aplicação para idosos com a mesma faixa etária.

Assim como São Paulo, Mato Grosso decidiu incluir apenas os idosos com mais de 80 anos na campanha, na última sexta-feira. No dia seguinte, o governo do Amazonas passou a oferecer um segundo reforço àqueles com 70 anos ou mais. No Pará, a dose extra é também ofertada para aqueles com mais de 70 anos, além de profissionais da área da saúde.

 

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