O motorista de aplicativo Estefano Cris Alcântara Gonçalves, de 27 anos, afirma que foi vítima de fake news, ao ter sua imagem vinculada à de um possível estuprador de criança em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo o jovem, ele levou um susto ao saber do episódio, e já denunciou a página que fez a publicação, mas o post segue circulando nas redes sociais. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Gonçalves conta que, na madrugada de domingo (27), quando estava trabalhando, recebeu a ligação de uma amiga, dizendo que ele teve a foto divulgada por uma página no Facebook, e que a publicação dizia que ele havia estuprado uma criança de 10 anos, e que estava foragido da Justiça.
A partir desse momento, eu, meus amigos e minha família ficamos desesperados, tentando achar quem foi, porque nem tenho passagem pela polícia. Eu chamei a página e postei que era fake news, assim como vários conhecidos meus, mas a página não cai. Como trabalho de motorista de aplicativo, muitas pessoas me conhecem, sabem da minha índole, e sabem que não é verdade", afirma.
Apesar disso, o jovem afirma que está com medo da situação. "Estou correndo um grave risco de vida. Até agora, não tive nenhuma ameaça, mas dá para tirar o exemplo da moça que foi morta em Guarujá. Está sendo horrível para mim, ser acusado de algo que não fiz. Abalou minha estrutura, não consigo admitir isso. Minha mulher está grávida, e tudo isso está sendo um tormento", conta.
Amigos e familiares de Gonçalves se mobilizaram e compartilharam a publicação alertando que é uma notícia falsa, além de terem denunciado diversas vezes o post. "O prejudicado no momento só está sendo eu, porque a gente sabe que as pessoas julgam sem saber. Está sendo um desespero", lamenta.
A vítima registrou um boletim de ocorrência via Delegacia Eletrônica. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que o caso foi registrado como calúnia e encaminhado ao 5º DP de Santos, que apura os fatos. Segundo a SSP, diligências prosseguem visando a identificação do autor e o esclarecimento dos fatos.
A Polícia Civil também confirmou ao g1 que, em pesquisas no sistema pelo nome de Estefano, não existe qualquer inquérito policial que o investigue pelo suposto crime.
O g1 entrou em contato com a página autora da publicação, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.