O motorista que atropelou cinco atletas e matou um na Universidade de São Paulo (USP), na Zona Oeste de São Paulo, em 2014, foi julgado e condenado nesta quinta-feira (31) a uma pena de 18 anos de prisão em regime fechado. O réu, que respondia aos crimes em liberdade, foi preso pela Justiça logo após a leitura da sentença.
O pedreiro Luiz Antônio Conceição Machado, de 50 anos, foi considerado culpado pelo homicídio por dolo eventual (aquele no qual se assume o risco de matar) contra Álvaro Teno, de 67 anos à época, e pelas quatro tentativas de assassinato: Contra três mulheres e um homem que sobreviveram, mas ficaram gravemente feridos naquela ocasião.
O réu foi acusado pelo Ministério Público (MP) de dirigir seu carro embriagado, em alta velocidade, tentar fugir do local do atropelamento e não prestar socorro às vítimas. Todas corriam numa as avenidas da USP em 16 de agosto de 2014, quando foram atingidas pelo Toyota Corolla dele.
O júri popular ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, também na Zona Oeste da capital. A maioria dos sete jurados votou pela condenação de Luiz Antônio. Em sua sentença, a juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro determinou ainda a prisão do motorista.
"A juíza deu 18 anos e mandou prender o réu", disse o promotor Rogério Leão Zagallo, sobre o acusado após o julgamento. "Ele foi condenado em todos os cinco crimes. Missão cumprida".
O caso teve repercussão à época e gerou protestos de outros corredores. Segundo testemunhas, Luiz Antônio quis fugir do local do atropelamento sem prestar socorro às vítimas, mas foi contido por outras pessoas.
Álvaro, que morreu atropelado, treinava numa das avenidas da universidade. O idoso tinha o costume de participar de corridas amadoras de rua.
O motorista chegou a ser preso em flagrante pela Polícia Militar (PM) à época. os policiais o levaram à delegacia, onde ele foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo, sem intenção de matar.
Mas o Ministério Público discordou e denunciou Luiz Antônio por homicídio por dolo eventual. A Justiça concordou e marcou o julgamento dele para esta quinta.
Álcool e alta velocida
“A beberagem etílica a que se submeteu o denunciado fez com ele perdesse a plenitude de sua capacidade psicomotora e, assim, passasse a conduzir o Toyota, modelo Corolla, de maneira tresloucada e irresponsável, a ele empreendendo, voluntariamente, desmedida e irracional velocidade”, escreveu Zagallo, na denúncia à época contra o motorista.
“O fato de ter Luiz Antônio ingerido grande quantidade de bebidas alcoólicas, associado à elevadíssima velocidade por ele empreendida no Toyota, modelo Corolla, em uma avenida de grande afluxo de carros, ciclistas e pessoas, fez com que ele assumisse o risco de produzir o evento morte das pessoas por ele atropeladas”, informa a acusação feita pelo MP.
"Que sirva ela também de exemplo para que esses fatos não mais aconteçam. E que a gente consiga sair da incômoda posição de um dos países em que mais se verificam casos de crimes no trânsito do mundo", falou Zagallo nesta quinta.