A Polícia Civil identificou o principal suspeito do assassinato da adolescente Lara Maria Oliveira Nascimento, de 12 anos, encontrada morta em 19 de março, três dias após desaparecer em Campo Limpo Paulista (SP).
Wellington Galindo de Queiroz, de 42 anos, já tem passagens na polícia por tráfico, crime contra o patrimônio, associação criminosa e receptação. Ele está foragido.
Wellington aparece em imagens de câmera de segurança dirigindo um carro prata. Um mandado de busca e apreensão foi realizado na quinta-feira (31) no endereço onde o suspeito morava.
A residência, localizada em Francisco Morato (SP), está a pelo menos 800 metros do local onde o corpo da menina foi encontrado. A casa aparentava ter sido abandonada recentemente e alguns objetos foram apreendidos para perícia, segundo a polícia.
As informações a respeito do homem foram cruzadas através do sistema de inteligência da polícia, segundo o delegado Rafael Diório.
As imagens mostram o momento em que o carro para perto do local, no mesmo dia e próximo ao horário em que a menina desapareceu. Em determinado momento, o motorista sai do veículo e olha ao redor, depois entra novamente no carro e segue o caminho.
Outros cinco mandados de averiguação foram cumpridos em possíveis endereços ligados a ele. O carro que aparece nas imagens já foi periciado pela Polícia Científica. Em depoimento, a proprietária disse que teve um relacionamento com o suspeito, mas que eles não estão mais juntos.
Foragido
Segundo o delegado, o suspeito já havia sido ouvido informalmente por telefone e foi intimado a prestar esclarecimentos na delegacia, mas se negou.
Após a intimação, a polícia não conseguiu mais contato com o suspeito. O carro que aparece nas imagens foi localizado em outra cidade e apreendido.
No dia 25 de março, a polícia pediu a prisão temporária do suspeito, que está foragido. O inquérito segue em segredo de Justiça.
Denúncias sobre o caso podem ser feitas pelo telefone 181. Não é necessário se identificar.
O tio da vítima negou envolvimento no crime por meio de uma carta divulgada na manhã de quinta-feira.
A reportagem teve acesso ao documento, no qual o parente, que está preso, diz que estava com a esposa e uma amiga no dia e horário em que a adolescente desapareceu.
"Estou preso por tráfico de drogas e tenho passagem por roubo, mas assassino de criança não", escreveu.
'"No dia da minha saidinha, eu saí de Bauru às 8h e cheguei em casa era 13h. Depois fui até o centro de Campo Limpo com a minha esposa e minha cunhada Renata para comer esfiha e, por chamada de vídeo com a Luana, eu vi a Lara e as irmãs dela. Foi a última vez que vi a Lara', afirmou em um trecho da carta.
Sumiço após compra de refrigerante
A adolescente Lara desapareceu no dia 16 deste mês, quando saiu de casa para comprar um refrigerante em uma mercearia a cerca de 600 metros de sua casa. O corpo dela foi encontrado com marcas de violência, no dia 19 de março.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Lara morreu por traumatismo craniano causado por ao menos quatro golpes na cabeça. O legista citou a presença de sinais de crueldade e disse que possivelmente foi usado um martelo ou uma picareta. O documento confirma também que era cal a substância encontrada no corpo da adolescente.
Segundo a polícia, a perícia nas unhas da adolescente pode ajudar apontando vestígios de DNA do assassino. Os laudos, que estão sendo feitos em Jundiaí (SP) e na capital, serão fundamentais para o inquérito, que segue em segredo de Justiça.
Na terça-feira (29), funcionários do mercado onde a menina esteve antes de desaparecer prestaram depoimento à polícia. As equipes de investigação também percorreram bairros de Francisco Morato, cidade vizinha, para ouvir mais moradores.
A equipe ainda realizou, na segunda-feira (28), uma perícia no carro do suspeito do assassinato, segundo informações do advogado da família, Fábio Costa.
Além dos pais, a polícia também ouviu a tia e o primo da adolescente. Os depoimentos duraram cerca de 1h30 e foram passados para as equipes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí .
Segundo apurado pela TV TEM, a tia e o primo da jovem responderam aos policiais perguntas cruciais para o andamento do caso. Eles informaram o local onde estavam na hora do crime, quando tinham visto a adolescente pela última vez e se conheciam o homem que aparece nas imagens que estão sendo investigadas pela polícia. Conforme apurado, eles afirmaram que não o conhecem.