ESCOLA QUE FANTASIOU CRIANÇA DE MACACO SE PRONUNCIA NAS REDES SOCIAIS SOBRE RACISMO
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Publicado em 04/06/2022

Após uma mãe denunciar que o filho de três anos foi vítima de racismo em uma escola municipal em Itaquera, São Paulo, a unidade escolar que é administrada pela Associação Evangélica Monte Carmelo emitiu um comunicado tratando a acusação feita nas redes sociais como "injusta" e que "todas as medidas judiciais já estão sendo tomadas para o devido esclarecimento real dos fatos". O caso ocorreu na última sexta-feira (27).

"A Associação Evangélica Monte Carmelo, com mais de 20 anos de serviços prestados em favor da comunidade local, vem pesarosamente manifestar a sua profunda indignação quanto à acusação de crime racial, diga-se injusta, que vem se espraiando nas diversas mídias sociais de maneira leviana e irresponsável, posto que esta instituição jamais compactuaria com qualquer conduta ou gesto que tenha por objeto o racismo. Desta forma e por oportuno informamos que todas as medidas judiciais já estão sendo tomadas para o devido esclarecimento real dos fatos." dizia o comunicado divulgado pela escola no perfil do Instagram.

Stephanie Silva relatou nas redes sociais, que a criança que estuda no Centro Educacional Infantil (CEI) Monte Carmelo II e há uma semana foi realizada a festa de aniversariantes do mês na unidade, em que o tema era circo. O menino foi com a fantasia de palhacinho, e além da roupa estava com o acessório do nariz vermelho e pintura facial.

"Tinha nariz de palhaço, as bochechas e até os olhinhos pintados. Minha sogra, que mora na praia, enviou também itens para a caracterização do nosso palhacinho", escreveu a mãe.

De acordo com ela, o menino estava super animado e feliz com a fantasia. Ela, inclusive, fez registros dele todo sorridente antes dele entrar na escola neste dia e postou as fotos em sua rede social, comemorando a felicidade do filho em estar caracterizado de palhaço para o evento.

Porém, ela relata que no dia seguinte, se espantou ao ver um vídeo compartilhado no Instagram da escola, em que seu filho aparecia com uma máscara de macaco.

"No sábado minha sogra me enviou um link do Instagram da escola e me perguntou se era ele no vídeo, pois mesmo que ele estava caracterizado de palhacinho, ainda sim, com apenas 3 anos, foi escolhido e vestido por uma máscara de macaco, para atuar em uma apresentação musical na frente de todos os amiguinhos da escola", lamentou a mãe.

A gravação não está mais nas redes da escola. "Me doeu como mulher preta, mas me dói o dobro como mãe de um filho preto. Como explicar para todas as crianças da escola que viram meu filho com a máscara de macaco e ouviram o trecho da música: 'você virou, você virou um macaco', que era uma atração e não a realidade?. Como explicar após a apresentação que eles não podem chamar o amiguinho preto de macaco?", questionou.

De acordo com o marido de Stephanie, não houve nem um pedido de desculpas ou retratação por parte da escola.

A Stephanie não está bem após a escola reativar o Instagram, desbloquear ela e muitas pessoas que haviam bloqueado e soltar uma nota de repúdio em que nem se quer houve um pedido de desculpas disse.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), informa que o caso será apurado e a Diretoria Regional de Educação (DRE) notificará a Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável pela unidade para esclarecimentos, sob risco de penalização, conforme legislação. A DRE afirma que está à disposição da responsável pela criança.

 

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