PROMOTOR ANDRÉ PINHO É JULGADO PELA MORTE DA MULHER LORENZA
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Publicado em 29/03/2023

O futuro do promotor André Luis Garcia de Pinho, 53, começará a ser traçado nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (29) quando o corpo composto por 25 desembargadores abrir a sessão no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para decidir se irá condená-lo ou não pela morte de Lorenza Maria Silva de Pinho, com 41 anos à época. O julgamento acontece quatro dias antes do aniversário de dois anos do homicídio dela. 

Mãe dos cinco filhos de André, com quem permaneceu casada por cerca de duas décadas (até a morte), Lorenza Maria foi envenenada e estrangulada pelo próprio marido na madrugada de 2 de abril de 2021, segundo laudo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O crime aconteceu no apartamento da família, um imóvel de alto padrão no bairro Buritis, à região Oeste de Belo Horizonte. O promotor foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em agosto daquele ano pelo crime de homicídio qualificado – feminicídio, motivo torpe, uso de recurso que dificulta a defesa da vítima e asfixia. 

O julgamento que decidirá pela condenação ou pela absolvição de André começará às 9h, e a sessão deverá atravessar a tarde e o início da noite de quarta-feira. Em um primeiro momento, acusação e defesa se enfrentarão no júri. Nas horas seguintes, o relator Wanderley Paiva lerá seu voto; os demais desembargadores se expressarão pela condenação ou não logo depois.

Às vésperas do julgamento e cerca de dois anos após o crime, relembre o que se sabe sobre a morte de Lorenza Maria Silva de Pinho. 

Caso Lorenza: cronologia do crime e da investigação

2 de abril de 2021. Às 7h, o promotor André Luis Garcia de Pinho liga para a emergência do Hospital Mater Dei, à região Centro-Sul de Belo Horizonte, e solicita uma ambulância para a mulher Lorenza Maria Silva de Pinho, 41 anos. O médico plantonista registra morte por autointoxicação.

3 de abril de 2021. Funeral de Lorenza é marcado. Em contrapartida, a hipótese de crime é aventada pela Polícia Civil; o corpo não chega a ser velado e é transferido para o Instituto Médico Legal (IML), onde é submetido a necropsia.

4 de abril de 2021. André de Pinho é preso no apartamento da família, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. Promotor se torna suspeito de assassinar a própria mulher. A investigação começa no dia seguinte, 5 de abril de 2021, em força-tarefa da Polícia Civil com o Ministério Público – em função do cargo ocupado por André.

13 de abril de 2021. Corpo de Lorenza é liberado pela Justiça após conclusão do laudo do Instituto Médico Legal. Promotor André de Pinho solicita autorização para comparecer ao enterro da mulher em Barbacena, na região do Campo das Vertentes; pedido é negado. 

29 de abril de 2021. Laudo da perícia particular contratada por André de Pinho indica que a morte de Lorenza aconteceu por intoxicação a partir de uma combinação entre álcool e medicação antidepressiva.

30 de abril de 2021. Ministério Público denuncia o promotor André Luis Garcia de Pinho, à época com 51 anos, pelo feminicídio da própria mulher Lorenza Maria Silva de Pinho, 41. Órgão concluiu em investigação conjunta com a Polícia Civil que ele agiu de forma premeditada para matá-la.

O que aconteceu com Lorenza? 

Mãe dos cinco filhos do promotor André Luis Garcia de Pinho, Lorenza Maria Silva de Pinho foi morta aos 41 anos pelo próprio marido, conforme denúncia do Ministério Público. Ele a embebedou com meio litro de aguardente e administrou nela medicação antidepressiva em excesso.

Os esforços para assassiná-la com a combinação de medicação e bebida alcoólica não teriam sido suficientes, e, então, André entrou em luta corporal com a mulher e a asfixiou cobrindo boca e nariz. Esta é a hipótese do Ministério Público.

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