BANDIDOS AMEAÇAM FUNCIONÁRIOS DE HOTEL E EXIGEM PIX EM GOLPE
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Publicado em 10/04/2023

Dezenas de hotéis de Minas Gerais registraram, nos últimos dez dias, casos de tentativa do 'golpe do recepcionista', nova modalidade de crime virtual que envolve bandidos de dentro de presídios. A reportagem apurou casos em hotéis de Belo Horizonte, Lagoa Santa, Uberlândia, Araxá, Pará de Minas, Itaúna, entre outros.

Conforme apuração, criminosos que estão presos fazem um mapeamento dos hotéis, buscam informações dos estabelecimentos, ligam para a recepção, dizem que estão nas imediações, ameaçam o profissional de morte e exigem pagamento via Pix a partir da conta do hotel. As ligações ocorrem principalmente nas madrugadas. Há relatos de recepcionistas que, com medo, fizeram transferências de recursos próprios, uma vez que não têm acesso à conta do hotel.

“Nos últimos dez dias, a rede hoteleira de todo o estado de Minas Gerais tem sido atacada de forma quase que simultânea por esses bandidos, diz o consultor estratégico em hotelaria, Maarten Van Sluys.

“Falam que estão nas imediações do hotel, dentro de um carro, dizem que estão vendo o funcionário na recepção e que sabem que ele tá sozinho. Na verdade, isso é uma é armação. Mas eles pedem que o funcionário faça o pagamento via Pix de valores, normalmente de R$ 2 mil. Tem acontecido também de valores mais elevados ou menores também, conforme o hotel”, destaca o consultor, que já alertou mais 700 hoteleiros sobre o golpe.

Além de ameaçar os funcionários, os bandidos passam detalhes do hotel e da região. “Dizem que vão entrar atirando e que vão matar as pessoas que estão no hotel. Eles dão detalhes do hotel, para o recepcionista achar a narrativa verdadeira. No entanto, sabemos que esses bandidos buscam as informações do hotel pelo Google, assim como detalhes da vizinhança”, disse Maarten.

Os bandidos pedem ainda que o trabalhador não chame a polícia. “Em alguns casos falaram para deixar o celular no balcão, para confirmar o pagamento do Pix e que a conta do hotel está zerada”, disse. “Em alguns casos, infelizmente, o funcionário que não tem acesso à conta bancária do hotel. acabou fazendo pix de valores menores da sua própria conta pessoal para os bandidos. Isso, ao meu ver, tem sido um estímulo para a sequência da prática da desse golpe”.

A orientação do consultor é não fazer pagamento em hipótese alguma e acionar a polícia imediatamente.

“É um crime de extorsão que usa o fator surpresa somada à sensação de fragilidade dos funcionários”, disse.

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