DINO E GSI FORAM ALERTADOS SOBRE ATAQUES DO OITO DE JANEIRO
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Publicado em 28/04/2023

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviou no dia 6 de janeiro alertas sobre a possibilidade de invasões a prédios públicos para o Ministério da Justiça e da Segurança e para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 

Os avisos da equipe de inteligência do governo federal foram feitos dois dias antes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. 

De acordo com documentos divulgados nesta sexta-feira (28) pelo jornal “Folha de S.Paulo”, a primeira mensagem enviada pela Abin, no dia 6 de janeiro, às 19h40, apontava “risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades”. O alerta cita também risco de pessoas armadas nos atos em Brasília. 

“A perspectiva de adesão às manifestações contra o resultado da eleição convocadas para Brasília para os dias 7, 8 e 9 janeiro de 2023 permanece baixa. Contudo, há risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades”, diz a mensagem que foi enviada ao ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, e ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). 

No dia 7 de janeiro, um dia antes das invasões, às 10h30, um novo informe foi enviado a Dino e ao chefe do GSI, alertando para a chegada de vários ônibus no acampamento que ficava em frente ao Quartel-General do Exército. 

Já no dia 8 de janeiro, às 8h53, o general Gonçalves Dias recebeu um aviso em seu celular dizendo que cerca de 100 ônibus chegaram em Brasília para os atos na Esplanada dos Ministérios. Essa mensagem, segundo os documentos divulgados pela “Folha de S.Paulo”, foi enviada somente para Gonçalves Dias e não para outros órgãos.

As críticas ao ministro Flávio Dino e a outras lideranças dos órgãos de segurança do governo Lula devem embasar as ações da bancada de oposição na CPMI que vai apurar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A comissão foi criada nesta semana e na próxima semana os nomes dos integrantes devem ser indicados pelos partidos.

Em depoimentos na Câmara dos Deputados e entrevistas, o ministro da Justiça nega qualquer omissão do governo federal durante os atos e rebate as críticas feitas pela oposição.

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