ZEMA DIZ QUE TAXA DE JUROS É UM TERMÔMETRO QUE ESTÁ ' DOENTE ' É O GOVERNO
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Publicado em 18/05/2023

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse, em entrevista ao programa da CNN “Caminhos com Abilio Diniz” desta quarta-feira (17), que o Banco Central (BC) tem razão ao colocar a taxa de juros no estágio atual, por ela ser um “termômetro”.

Na visão do governador, é preciso mexer na administração federal, que, segundo ele, está “doente” e gastando mais do que arrecada.

“Eu diria que o Banco Central, o [presidente] Roberto Campos [Neto], têm razão. Porque a taxa de juros é como se fosse um termômetro. Você não tem que mexer no termômetro, você tem que mexer no doente, em quem está com febre. E quem está com febre é o governo, que está gastando mais do que arrecada. A taxa de juros é só uma consequência”.

No começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu pela manutenção da taxa de juros – a Selic – em 13,75% ao ano.

Foi a sexta vez seguida em que foi decidida a permanência da taxa. Assim, o patamar de juros continua no maior nível desde dezembro de 2016.

Privatizações

Sobre privatizações, o chefe do Executivo mineiro reiterou ser favorável, explicando que o consumidor seria beneficiado no final.

“Eu sou favorável às privatizações porque quem vai ganhar, no final, é o consumidor. Nenhuma estatal tem agilidade. Hoje, [se] a Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais] vai fazer uma obra, ela está submetida à lei das licitações. Tem de contratar, muitas vezes, uma construtora que não tem qualidade no serviço, que atrasa as entregas, mas que ganhou a licitação”, afirma.

“Na hora que você tem uma empresa privada, o tempo para fazer as coisas cai 80%. Em vez de levar um ano, às vezes leva dois meses”, diz Zema.

Além disso, Zema entende que as privatizações viabilizam maior investimento e citou como exemplos as estatais mineiras de energia, saneamento e gás.

“A Cemig precisa investir mais. A Copasa, que é de saneamento, precisa investir mais. A Gasmig, que é de gás, precisa investir mais. E quem é o controlador dessas empresas? Um estado que nem dinheiro para pagar folha tinha”, afirma.

“O que dizer para investir? Para levar mais energia elétrica, mais gás, mais saneamento? No mundo, está sobrando dinheiro para investimento”, continua.

O governador levantou outro questionamento: “Nós queremos que o Brasil leve, que Minas Gerais leve, 100 anos para levar energia e saneamento para os mineiros ou podemos fazer isso nos próximos cinco anos?”

À CNN, Zema disse ainda desejar que todos os mineiros sejam bem atendidos. Entretanto, afirma que isso não pode acontecer por meio do Estado, já que ele está quebrado.

“Temos que ser realistas: eu não quero dar emprego para amigo meu em estatal. Como eu falei: não tenho um parente, não tenho um amigo no estado, em nenhuma estatal. E quem teme essa privatização é quem quer dar emprego para a companheirada”.

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