NÃO É POSSÍVEL TRANSFORMAR VÍTMIAS EM CULPADOS DIZ CAPPELLI SOBRE 08 DE JANEIRO
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Publicado em 15/06/2023

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, disse em entrevista exclusiva ao videocast Abrindo o Jogo, da Itatiaia, que “não é possível transformar vítimas e culpados”, em referência aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o tema realizada no Congresso Nacional, a oposição quer investigar o que classificam como omissão do governo na prevenção e repressão dos invasores dos prédios do próprio Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Os extremistas que agora tentam responsabilizar o governo pelo que aconteceu são os mesmos que tentam transformar as mulheres vítimas de violência, da intolerância, da violência de gênero, em culpadas nos casos de agressão, de morte, de feminicídio. Essa é uma prática já conhecida pela população e ela não tem como prosperar”, disse ele, que também atuou como interventor na segurança pública do Distrito Federal e como ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

No GSI, Cappelli substituiu o general Gonçalves Dias, homem de confiança de Lula que pediu para deixar o cargo após a CNN Brasil divulgar imagens que mostram ele caminhando de forma pacífica pelo Palácio do Planalto no 8 de janeiro durante a invasão ao prédio.

“O general Gonçalves Dias foi vítima da tentativa de golpe. É bom a gente ter em mente que no dia 8 de janeiro o general Gonçalves Dias estava à frente do GSI há apenas cinco dias úteis. E ele pegou essa estrutura, que foi montada ao longo de quatro anos, pelo seu antecessor, general Augusto Heleno”, avaliou Ricardo Cappelli. “Se há um general responsável por tudo aquilo que aconteceu no Palácio no dia 8, com certeza este não é o general Gonçalves Dias”, completou.

Ainda na avaliação do secretário-executivo do Ministério da Justiça, os eventos do dia 8 de janeiro começaram no dia seguinte ao resultado do segundo turno da eleição, quando foram montados o que ele classifica como “acampamentos criminosos” em frente aos quartéis-generais do Exército.

“Essas áreas são áreas de segurança nacional. E se foi permitido a instalação desses acampamentos que na verdade eram mini cidades com banheiros químicos e cozinha industrial. Se isso foi permitido, não há dúvida que houve no mínimo conivência do então comandante em chefe das Forças Armadas, Jair Messias Bolsonaro”, concluiu Cappelli.

 

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