Depois de 11 dias de paralização, uma turbulência nos bastidores e mudança de rota, o Atlético-MG entrou em campo na noite dessa quarta-feira. Na estreia de Felipão como treinador, o time empatou com o Fluminense, por 1 a 1, pela 11ª rodada do Brasileirão. Scolari foi para a aérea técnica e começou a dar sua cara para o time. Mudanças pontuais e um rascunho do que vamos ver daqui para frente renovam as esperanças do torcedor.
Felipão não teve tempo de comandar nenhum treino. O responsável por "montar" o time para esta partida foi o auxiliar Lucas Gonçalves. Scolari teve 24h de contato com o elenco e comissão para dar sua cara tática e, mais que isso, injeção de ânimo nos bastidores. Hulk disse que uma hora de palestra com o técnico equivale a um treino.
"Um cara que entende tanto de futebol consegue te dar um treino em uma hora de conversa", disse o camisa 7 do Galo. Em campo, a principal mudança vista em relação ao time de Coudet foi a formação tática. O argentino jogava em um 4-4-2, com Paulinho e Hulk centralizados.
Contra o Fluminense, o Galo apresentou um 4-2-3-1, com Paulinho aberto na esquerda, Hyoran armando o time, e Zaracho fazendo uma dupla com Battaglia na volância. Dentro do proposto, deu liga. Principalmente no lado esquerdo, com Guilherme Arana avançando no ataque junto com o camisa 10.
E é do lado esquerdo que sai o gol atleticano. Cruzamento de Arana para área, e gol contra de Guga, ex-jogador alvinegro. O lateral-esquerdo do Galo comemorou como se o gol tivesse sido dele. Arana jogou pela primeira vez 90 minutos após a lesão séria no joelho esquerdo.
O empate do Fluminense aconteceu no fim de um primeiro tempo bastante equilibrado. Samuel Xavier aproveitou o rebote e bateu no canto de Everson, que admitiu ter faltado tempo de reação no lance. Tinha gente demais na área tampando o campo de visão do goleiro, que pulou atrasado. A falha de rebote do lance foi pontuada por Felipão na coletiva.
"Vou aproveitar os treinamentos para bola parada, porque tomamos um gol de rebote, temos que corrigir. É uma coisa que tenho que ver a situação pra não tomar esse gol", disse Felipão.
No segundo tempo, um jogo mais de "trocação", equilibrado em posse de bola, mas destoando nas finalizações, com o Galo mais ofensivo. Ao todo foram 14 do Galo contra 8 do Flu. O goleiro Fábio - melhor em campo - evitou a vitória da equipe de Felipão. O goleiro Tricolor fez linda defesa em chute colocado de Pavón. E em finalização de letra de Paulinho, teve uma reação espetacular debaixo das traves.
Nas alterações, mais características de Felipão. Trocou Hyoran por Igor Gomes. Colocou Edenílson no lugar de Zaracho, e Patrick na vaga de Paulinho. Esta última alteração dá sinais de como Felipão pretende usar Patrick, como um ponta na esquerda. Foi assim diante do Fluminense.
Além das mudanças táticas, há a mudança de postura que a chegada do treinador trouxe para a equipe. Sorrisos nos rostos, brilho nos olhos, e esperanças renovadas para a sequência. Resgatar o que há de melhor e valorizar o que um elenco tem, Felipão sabe fazer.
Rasgou elogios ao elenco e disse que vai trabalhar com o elenco que tem indo de encontro ao discurso da diretoria de austeridade nas contratações. É o início de um trabalho que tem tudo para dar "match" e render frutos aos Atlético.