O tom das cobranças pela retomada de vitórias no Cruzeiro de Pepa aumentou. O revés por 1 a 0 para o Fortaleza, no Mineirão, expôs erros que o time outrora havia cometido no Brasileiro e que decidiram o resultado da 11ª rodada. O ataque não é eficiente, a defesa fica fragilizada nos contra-ataques, e o descontentamento da torcida aumenta.

No Mineirão, o Cruzeiro fez apenas o terceiro jogo no ano (perdeu todos eles) e viu a pressão da torcida também aumentar com o sétimo jogo seguido sem vitória (cinco pelo Brasileiro e dois pela Copa do Brasil). Jogadores receberam vaias no segundo tempo e houve até gritos de "time pipoqueiro" por uma pequena parte dos mais de 29 mil presentes. Foi a primeira reação mais incisiva das arquibancadas na era Pepa.

O Cruzeiro foi para o jogo com a mesma estratégia e formação que vem adotando no Brasileiro. Teve domínio de posse, mas encontrou problemas que já são de conhecimento de Pepa e dos jogadores. O ataque teve até menos chances do que vinha ocorrendo nos últimos jogos, mas voltou a ser ineficiente na hora de resolver o placar.

Não é falta de trabalho. Foi discurso uníssono de Pepa e dos jogadores no pós-jogo. Mas falta, segundo o treinador, conseguir resolver os problemas. Se o ataque segue ainda como dor de cabeça, o Cruzeiro voltou a ter dificuldade pós-perda no campo de ataque.

Principalmente no segundo tempo, o Fortaleza viu sua estratégia dar certo. Chegou ao gol da vitória em um placar que poderia até ser mais dilatado. O Cruzeiro, na busca pelo gol da vitória e, depois do gol sofrido, em buscar pelo menos empate, deu muito espaço ao Leão do Pici e foi bastante castigado.

A pressão para melhores resultados aumentou externamente, mas também ficou evidente nas declarações de Pepa. O treinador não disse que serão peças individuais que solucionarão a situação. Mas elas precisam ser resolvidas rapidamente.

"Não vai aparecer alguém (sozinho) para solucionar os problemas. Eles estão identificados e temos que resolver rápido."

O jogo contra o São Paulo, já considerado importante, se torna ainda mais para os ânimos internos e externos no Cruzeiro. Será precisa uma mobilização para retomar a confiança do elenco para voltar a trilhar o caminho das vitórias, que marcaram o início do trabalho do treinador.