POLÍCIA FEDERAL DESMEMBRA FRAUDE DE R$ 64 MILHÕES DA APOSENTADORIA
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Publicado em 03/07/2023

Uma fraude contra a Previdência Social pode ter causado prejuízo de R$ 64 milhões aos cofres públicos. O esquema, Polícia Federal, em Mato Grosso, tem como alvo uma quadrilha que usava documentos falsos em nomes de indígenas para criar aposentados. Os suspeitos sacavam o dinheiro e conseguiam empréstimos consignados. Servidores da Funai de Primavera do Leste, cidade do Mato Grosso, e uma servidora de um cartório são suspeitos de fazer parte da fraude. O caso foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo.

Em um dos casos, a quadrilha ‘criou’ um indígena chamado Zé Mané. O fake tinha carteira de identidade e até título de eleitor. A investigação aponta que Zé Mané conseguiu se aposentar e ainda fez R$ 40 mil em empréstimos consignados.

Conforme a PF, a fraude começava com a emissão do registro administrativo de nascimento de indígenas, documento base para conseguir certidão de nascimento, CPF e carteira de identidade, além de garantir benefícios sociais, como a aposentadoria. A investigação aponta que fraude ocorreu em pelos menos 48 aldeias, com a 552 indígenas fakes criados. Em alguns casos, alguns envolvidos tinham 30 anos a mais que a idade verdade. Após conseguir modificar a idade e tirar os documentos, davam entrada no pedido de aposentadoria no INSS.

A investigação da PF comparou impressões digitais dos indígenas com as fotos e as informações nos documentos de identificação. Assim, foi possível confirmar que mais de uma pessoa tinha mais de uma documentação.

Para comprovar o esquema fraudulento montado pra conseguir o benefício da aposentadoria, um departamento da Polícia Federal de Mato Grosso foi fundamental. Nele foi feita a comparação das impressões digitais dos indígenas com as fotos e as informações contidas nos documentos de identificação. Com a ajuda da tecnologia, a suspeita se confirmou.

A Funai informou ao Fantástico que está colaborando com as investigações e que os funcionários envolvidos estão afastados. Já o Ministério da Previdência Social destaca que participou da operação e que colabora com o intercâmbio de informações.

A investigação da PF vai apontar se os indígenas faziam parte do esquema ou se foram usados como laranjas pela quadrilha.

Se os crimes forem confirmados, os investigados vão responder pelos crimes de falsificação de documentos, estelionato previdenciário, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação do Governo Federal. A pena pode chegar a 15 anos de prisão.

 

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