O Atlético vive nesta quinta-feira (20) um dia histórico para o futuro do clube. Começou nesta manhã a votação para aprovação da transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O Conselho Deliberativo do Alvinegro terá até as 18h desta sexta (21) para definir a venda de 75% da SAF para o grupo denominado Galo Holding.
Para que a venda da SAF seja aprovada é necessário que 2/3 do Conselho Deliberativo seja favorável. Atualmente, são 420 conselheiros. Desta forma, 280 membros precisam votar a favor.
A votação será de forma presencial, na sede do clube, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte, e também online.
Saiba detalhes da SAF
A diretoria do Atlético divulgou um documento ao Conselho Deliberativo. Nele, estão detalhados alguns pontos para o entendimento do projeto.
O texto informa que mais de 100 investidores foram ouvidos para que houvesse o possível aporte financeiro. O alto endividamento da associação e a falta de segurança jurídica teriam sido os principais obstáculos para a venda a um grupo sem ligação com a instituição.
Sobre a operação financeira, o documento explica que o Atlético foi avaliado em R$ 2,1 bilhões. Na proposta feita pela Galo Holding, a SAF assumiria a dívida do clube, avaliada em R$ 1,8 bilhão neste momento.
O aporte total da operação seria de R$ 913 milhões, sendo que R$ 313 milhões seriam conversão de dívida com os 4Rs e R$ 600 milhões a injeção de dinheiro novo. Desses R$ 600 milhões, R$ 400 milhões seriam aportados pelos 4Rs (Rubens Menin, Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães). Ainda haveria dois fundos de investimentos, com R$ 100 milhões de cada.
Funcionamento da SAF do Atlético
O documento enviado aos conselheiros também busca elucidar como será a administração da SAF. A associação, que seguiria com 25% de participação, teria poder de veto em algumas situações, como mudança de símbolos, cores e hino. O clube também poderia vetar alienação de bens e mudança de finalidade da Cidade do Galo, por exemplo.
Para as decisões do dia, está prevista a criação de um Conselho de Administração. Nele, haveria seis representantes da Galo Holding, dois da associação (eleitos pelos Conselho Deliberativo) e um de um membro independente.
Patrimônio do Atlético
Assim como já havia sido informado pelo CEO Bruno Muzzi e apresentado por Rubens Menin na última reunião do Conselho, a Arena MRV e a Cidade do Galo entrariam de forma proporcional. Dessa forma, os dois imóveis passariam a ser de responsabilidade da SAF. Sede de Lourdes, Vila Olímpica e Labareda seguem como patrimônio do clube.
Calendário da SAF
O Conselho Deliberativo foi convocado para a votação para a aprovação, ou não, da criação da SAF do Atlético e também da proposta da Galo Holding, detalhada acima. Os membros do Conselho podem votar entre 8h desta quinta-feira (20) até as 18h desta sexta-feira (21). Para a aprovação, é necessária a aprovação de 2/3, o que equivale a 273 votos.
Caso seja aprovada pelo órgão, a previsão é que os documentos sejam confeccionados e assinados em agosto, assim como a aprovação dos órgãos reguladores. O aporte financeiro, que será utilizado para abater dívidas onerosas, seria feito no final de setembro ou outubro.
Acordo de Acionistas
O Atlético enviou nessa quarta-feira (19) aos conselheiros um documento chamado 'Acordo de Acionistas na SAF' (veja ao final do texto). Trata-se de um resumo das principais cláusulas de funcionamento administrativo da futura Sociedade Anônima do Futebol.
O 'Acordo de Acionistas' mostra como será a estrutura societária (divisão das ações) e composição da diretoria. O Conselho de Administração terá de 7 a 9 pessoas, sendo duas indicadas pela associação.
O Conselho Fiscal terá um indicado pela associação e dois pela Galo Holding (empresa que comprará 75% das ações da SAF). A diretoria será composta por até nove membros: diretor presidente, diretor de operações, diretor de futebol, diretor financeiro, diretor jurídico, diretor comercial e os demais sem designação específica, com mandato de 3 anos.
Também há regras para transferências de ações e outras determinações gerais como vigência do acordo, local para eventual solução de conflitos e o que pode ser vetado pela associação.