O ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha afirmou que levará para o cemitério os motivos sobre sua saída do MST, que ocorreu em 2003, por divergências políticas.
Ao ser questionado na CPI do MST da Câmara dos Deputados sobre a razão para ter deixado o movimento, José Rainha, que presta depoimento na condição de testemunha, evitou falar sobre a ruptura.
“Todo movimento tem suas divergências, e a minha ordem de divergência política que tive com o MST eu prefiro dizer que levarei para o cemitério”, afirmou Rainha, ao responder ao questionamento do relator, Ricardo Salles (PL-SP).
Diante da resposta de Rainha, Salles rebateu em seguida. "As divergências que ele teve com o MST ele prefere levar para o cemitério. Provavelmente, se as expuser, vai mais cedo para o cemitério”.
José Rainha afirmou que sua renda, atualmente, é oriunda da atividade no campo, com a venda de mandioca e feijão no assentamento Che Guevara, em Paranapanema, em São Paulo.
O ex-líder do MST disse ainda que não conversa há muito tempo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que sempre que há pautas com o governo, trata diretamente com os ministérios. José Rainha deixou o MST e fundou a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL).
CPI
O ex-líder do MST, que é ouvido pela CPI na condição de testemunha, chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal para não ser obrigado a prestar esclarecimentos, mas o ministro Luix Fux negou o pedido, concedendo a José Rainha o direito de ficar em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo. Ele obteve o direito de ser acompanhado por um advogado durante a audiência.