O irmão da cantora Marília Mendonça, João Gustavo, diz que não concorda com a conclusão do inquérito da Polícia Civil (PC) que culpou os pilotos pela queda do avião que matou a irmã e outras quatro pessoas, no dia 5 de novembro de 2021, em Caratinga, no Vale do Rio Doce. Para ele e a família há sensação de que a Justiça ainda não foi feita. Morreram o produtor da cantora, Henrique Ribeiro, o tio dela Abiceli Silveira Dias Filho, além do piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto da aeronave Tarciso Pessoa Viana.
"Faltou transparência. Para a família continua a dúvida. Achamos que para eles foi cômodo culpar os pilotos e isentar a companhia energética de Minas Gerais. Eles mesmo se culparam sinalizando os fios de alta tensão após o acidente. Isso é um fato, e contra fatos não há argumentos", diz João Gustavo em entrevista exclusiva ao colunista do Splash Lucas Pasin.
João afirma que a família não seguirá calada: "Assim que o inquérito for entregue ao poder judiciário, iremos acompanhar e indagar certas questões que ainda não foram respondidas. Minha mãe, assim como eu, espera respostas claras e objetivas. Acreditamos que a justiça ainda não foi feita e o caso não foi solucionado".
O irmão diz que acredita na Justiça divina.
"Somos pessoas de fé e acreditamos que a justiça de Deus será feita. Essa não falha. Teremos um esclarecimento sobre os fatos".
O advogado Robson Cunha, que representa a família de Marília Mendonça, disse à coluna que o resultado final do inquérito apresenta um "direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade do acidente".
"O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos "rasos" da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso".
Ele também criticou a demora para a conclusão das investigações.
"Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça".