O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou pra uma conversa os ministros da Segurança Pública, Flávio Dino e da Defesa José Múcio para discutir o que pode ser feito para apoiar o Rio de Janeiro que vive uma crise na Segurança Pública desde que dezenas de ônibus foram queimados no início da semana passada. O presidente Lula disse que quer o apoio das Forças Armadas nos portos e aeroportos para ajudar a combater o crime organizado - ao menos nesse primeiro momento.
Nessa reunião devem ser discutidas as ações das Forças Armadas no estado e o emprego da Força Nacional, além da atuação da Polícia Federal (PF). O comandante da PF, Andrei Passos, também deve participar da reunião em que devem ser definidas a data de início da atuação federal, a divisão das equipes e o papel de cada órgão no reforço.
Uma preocupação do presidente que ele externou durante uma daquelas lives 'Conversa com o Presidente é a de que não pareça que a atuação das Forças Armadas no combate ao crime organizado deva ser permanente. Segundo o presidente, esse não é o papel das Forças. Seria, portanto, apenas um apoio temporário.
O presidente tem também reforçado que uma intervenção federal está descartada. Durante o café da manhã com jornalistas na sexta-feira (27), Lula chegou a dizer que foi eleito para governar o país e que enquanto for presidente não vai decretar operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Em caso de decreto de GLO pelo presidente, os militares passam a ter poder de polícia. A constituição prevê a medida quando há um esgotamento das Forças de Segurança Pública tradicionais em situações consideradas graves perturbações da ordem.
Quando esteve em Brasília, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL) solicitou apoio no combate às milícias e ao crime organizado. O prefeito, Eduardo Paes, (PSD-RJ) que esteve no Planalto para a primeira reunião do Conselho da Federação, no mesmo dia, afirmou que a situação do Rio "é muito grave" e que era a favor do apoio das Forças Armadas, mas que não seria suficiente.
Lembrando que nas últimas semanas, o Rio passou a contar com o apoio de mais de 300 agentes da Força Nacional.