A afirmação polêmica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a dificuldade de alcançar a meta fiscal perseguida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segue repercutindo e, nesta quinta-feira (8), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, adotou um tom conciliador ao abordar o tema. Ele afirmou, durante visita ao Congresso Nacional, que não há diferença entre a política econômica de Lula e de Haddad. “Quem continuar especulando que há diferença na política econômica de Lula e Haddad continuará errando na política e, se estiver especulando, continuará a perder dinheiro”, disse.
Em referência a outra declaração de Lula, que pediu aos ministros da área da Infraestrutura para usar todo o recurso disponível para obras, Padilha ressaltou que esse desejo do presidente não se opõe à busca pelo cumprimento da meta de déficit zero. “O esforço do governo continua sendo no debate com o Congresso Nacional pela aprovação das medidas que ampliam a arrecadação e fazem justiça tributária para equilibrar o orçamento”, disse em alusão aos projetos do Executivo que tramitam no Legislativo, entre eles, o que prevê a tributação de fundos offshore e dos fundos exclusivos de investimento. “Isso mostra, claramente, que esse governo vai continuar a perseguir as metas fiscais que nós já estabelecemos e continuará a perseguir o esforço de transformar os recursos que já estão disponíveis em obras e programas sociais”, ponderou.
Relembre. A polêmica sobre a meta fiscal contida no arcabouço aprovado pelo Congresso Nacional neste primeiro ano de mandato do governo Lula começou quando o presidente, em outubro, disse que o Executivo 'dificilmente' poderia cumpri-la. A declaração do petista contrapôs todas as falas anteriores do ministro da Fazenda. A divergência gerou mal-estar entre agentes políticos e do mercado e a presidência. Os presidentes do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), saíram em defesa do ministro da Fazenda e afirmaram publicamente a importância do governo insistir na meta de déficit zero em 2024.
