Em preparação para embarcar para o Japão, onde encerra uma série de compromissos na Ásia, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) deixa a China com R$ 800 milhões em acordos firmados com empresas daquele país. Em cerca de uma semana, Zema assinou cinco acordos envolvendo empresas chinesas ou que tem parcerias com companhias brasileiras que tem ligação com a China.

Com Gaustec, PST Holding, Jingjin Equipment, o anúncio de investimento foi de R$ 510 milhões. As empresas, juntas, vão criar uma quarta companhia que quer desenvolver uma técnica para acelerar o descomissionamento das barragens de rejeitos do estado.

A iniciativa tem o objetivo de resolver um problema apontado por várias mineradoras que já chegaram a pedir mais tempo para as autoridades brasileiras para extinguirem as barragens, após determinação das autoridades brasileiras em decorrências dos rompimentos das estruturas da Vale, em Brumadinho, e Samarco, em Mariana, que mataram 289 pessoas.

O modelo de negócio das empresas é baseado no empilhamento a seco de rejeitos, ou seja, evitando a existência de barragens de rejeitos de minério. As três companhias — Gaustec, PST e Jingjin — vão criar uma nova empresa que terá sede em Nova Lima, na Grande BH. Vão ser gerados, segundo os envolvidos, 600 empregos diretos no processo de mineração sustentável.

O segundo maior acordo, no valor de R$ 270 milhões, foi assinado com a com a companhia Xuzhou Construction Machinery Group (XCMG). A empresa ocupa o terceiro lugar no ranking mundial das empresas do setor de máquinas pesadas e tem uma fábrica em Pouso Alegre, onde produz veículos como guindastes, tratores e caminhões.

A empresa vai utilizar o aporte para pesquisas e montagens de veículos pesados elétricos, iniciativa inédita em solo brasileiro, segundo o governador. Serão gerados 150 empregos diretos permanentes, além de 315 postos temporários de trabalho. Neste momento compromisso, a equipe do governador Romeu Zema (Novo) selou, ainda, protocolo de intenções com a Saic Motors, montadora de veículos que fornece peças para a linha de montagem do maquinário pesado. A ideia é que a Saic também tenha um polo produtivo em solo mineiro. Os valores serão divulgados, após a conclusão das negociações.

O terceiro compromisso firmado por Zema foi com a gigante da tecnologia chinesa Huawei. A empresa vai treinar 70 mil professores da rede pública estadual de educação. Segundo o governo do Estado, este é o maior treinamento realizado pela empresa chinesa no mundo. Os professores serão treinados em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), com objetivo de replicar o conhecimento em sala de aula, impactando 1,3 milhão de alunos.

O objetivo é fazer com que os estudantes avancem com os conhecimentos em relação ao mundo digital e saiam da escola mais preparados para o mercado de trabalho. Por enquanto, o valor do investimento não foi informado oficialmente. No entanto, a Itatiaia apurou com fontes que deve girar na casa das dezenas de milhões.

O quarto acordo celebrado por Zema foi com empresa Faytech. A companhia chinesa vai investir R$ 25 milhões na construção de uma fábrica de telas touchscreen em Minas Gerais. A empresa ainda está realizando estudos para decidir onde irá instalar a fábrica e o volume exato de empregos que serão gerados.

Por fim, o quinto acordo em ordem de grandeza de valores, foi assinado com a empresa mineira Celer Biotecnologia , que tem uma parceria com a companhia chinesa Guangzhou Wondfo Biotech. Juntas, elas vão construir uma fábrica em Montes Claros, no Norte de Minas. O investimento é de R$ 17 milhões e, no local, serão produzidos testes para diagnósticos imediatos para questões relacionadas à saúde.

O acordo entre a Celer e o governo do estado foi celebrado nesta segunda-feira (6), em Xangai, na China. a Guangzhou Wondfo Biotech, sediada no país asiático. As obras para a construção da fábrica já começaram. A unidade deve abrir as portas em 2024 e gerar 100 empregos.