Cerca de 7% das ligações de água em Minas Gerais são irregulares e a estimativa é da própria Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que calcula um total de 300 mil casos suspeitos de gatos entre os imóveis atendidos pela companhia. Boa parte dessas fraudes está em imóveis considerados de classe média ou média alta, que usam um volume grande de água para encher piscinas e banheiras.
Segundo o gerente de perdas e hidrometria da Copasa, Walter Lucas Júnior, a adulteração do hidrômetro acontece principalmente nas regiões de classe média e média alta da capital.
‘Isso é uma fraude que a gente vem detectando constantemente, principalmente em bairros, registrados. E ainda mais nas regiões de classe média e média alta, isso vem chamando a atenção também, porque os volumes furtados, são volumes que atrapalham a operação da Copasa para a distribuição de água’.
Ainda de acordo com o gerente, com as últimas ondas de calor, a Companhia teve um aumento considerado alto, no volume de água distribuído.
‘O que a gente teve foi um aumento do volume distribuído. Ou seja, a nossa produção trabalhou com a capacidade máxima, mas a medição de consumo não acompanhou o aumento daquele volume que colocamos à disposição da população, né? Então parte desse volume consumido que não foi medido, está atrelado realmente as fraudes nas ligações’.
No caso do abastecimento de água, as fraudes são detectadas pelos leituristas, que flagram adulterações nos hidrômetros, ou por mudanças inexplicáveis no consumo de um determinado imóvel. Quem é pego cometendo a irregularidade está sujeito ao pagamento de multa administrativa, conforme determinação da Arsae. Como a prática é crime, também existe a possibilidade de ser alvo de operações das polícias civil e militar, e de ser processado na esfera penal.
Walter Lucas explica que alguns clientes são identificados como alvos preferenciais pelas ações de monitoramento e inteligência.
“A Copasa e a Cemig são parceiras nesse processo, então a gente cruza as informações, chamados de alvos comuns. Depois disso, a gente tem percebido e detectado, que normalmente quem frauda a ligação de água, frauda, ligação de energia elétrica e outros serviços prestados, como internet e TV a cabo. Então a gente vem notando que existe uma correlação desses fraudadores com outros serviços também emprestado à comunidade”.
Segundo Walter, esse tipo de fraude, acontece desde imóveis de alto luxo a estabelecimentos comerciais, disse.
Na Cemig, o monitoramento é feito praticamente em tempo real, sobretudo para alguns clientes que consomem um volume maior de energia. Em 2023, a companhia energética detectou 153 mil gatos no Estado, um número, 6% maior do que o encontrado no ano passado.
Nessa época do ano, de temperaturas mais altas, as irregularidades aumentam, segundo o Engenheiro de Planejamento da Medição da Cemig, Saad do Carmo Pereira.
‘Com aproximação do verão e a chegada de meses com maior temperatura é natural ter uma demanda de energética maior e também a gente percebe a tendência de mais ocorrências de irregularidade de consumo, especialmente em função do uso de alguns eletrodomésticos.’
Ainda segundo o engenheiro, o aumento de irregularidades na medição, foi cerca de 3% maior do que novembro de 2022.
‘O mês de novembro a gente teve aquele calor atípico, temperaturas muito altas e nós detectamos uma quantidade de regularidades na medição, cerca de 3% maior do que novembro de 2022. Outro aspecto importante que a gente chama atenção em relação às ligações clandestinas é que elas representam um risco a segurança tanto de quem pratica quanto de quem está ali no entorno, podendo ocasionar aí acidentes graves e até mesmo fatais’.