A taxa básica de juros caiu dois pontos percentuais em seis meses e virou 2024 no patamar de 11,75%, o menor em cerca de um ano e nove meses. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, responsável pela mudança na taxa de juros, se reúne nos próximos dias 30 e 31, e a expectativa é que a tendência de queda percebida nos últimos meses se mantenha e o ano comece com a redução da Selic para 11,25%.
Apesar das sucessivas reduções na taxa básica de juros, aliados e membros do Governo Lula (PT) pressionam o presidente do banco, Roberto Campos Neto, para acelerar a queda — nas últimas cinco reuniões do comitê, a taxa caiu 0,5 ponto percentual após cada um dos encontros. A alegação do Palácio do Planalto é que uma rápida diminuição na taxa contribuiria para a aceleração da economia no país.
O Copom, em contrapartida, sustenta uma postura mais conservadora. “Os membros do comitê avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, publicou o colegiado em nota após a última reunião, em dezembro.
Neste cenário de pressão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem indicado nomes para compor as diretorias do Banco Central com direito a voto no Comitê de Política Monetária. Em dezembro, dois dos nove membros do colegiado ocupavam os caros por indicação de Lula: Ailton de Aquino e Gabriel Galípolo.
Entretanto, na reunião deste mês de janeiro, o número de indicados pelo governo subirá de dois para quatro com as posses de Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, que ocuparão os cargos desocupados com o fim dos mandatos de Maurício Moura e Fernanda Guardado. No início de 2025, quando se encerrarem os mandatos de Otavio Damaso, Carolina de Assis Barros e de Roberto Campos Neto, o presidente Lula terá maioria no Copom.