O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu manter a prisão preventiva de Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, acusado de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A decisão do ministro saiu nessa sexta-feira (17).
Rivaldo Barbosa está preso desde 24 de março; ele foi detido dez dias depois do aniversário de seis anos de morte da vereadora carioca e do motorista que dirigia o carro dela no momento do crime. O delegado é apontado pela Polícia Federal (PF) como mentor do crime; ele teria recebido cerca de R$ 400 mil para impedir que a investigação chegasse aos mandantes: os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão — o primeiro, deputado federal, e o segundo, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.
O inquérito da PF remetido ao STF indica que Rivaldo participou diretamente da organização do crime; ele teria, aliás, exigido que o atentado contra Marielle não acontecesse enquanto ela estivesse entrando ou saindo da Câmara de Vereadores, para impedir que o crime ganhasse caráter político e fosse investigado pela Polícia Federal. O delegado também estava incumbido de desviar o foco da investigação para proteger os mandantes. Ele, inclusive, assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro em 13 de março de 2018, véspera do crime.
A decisão tomada por Moraes de mantê-lo preso concorda com uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, argumentou que, se solto, Rivaldo Barbosa poderia recorrer às milícias cariocas.