SUSPEITO DE MATAR FUNCIONÁRIO DE CONCESSIONÁRIA É PRESO
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Publicado em 29/05/2024

Imagens mostram momento em que Marcelio Lima de Barros, de 58 anos, suspeito de matar o funcionário da concessionária Mila Volkswagen, no bairro São Luiz, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, é rendido pela polícia. Ele estava em um carro Volkswagen Up branco quando a abordagem foi feita na Pedro I, minutos após o assassinato. A vítima foi identificada como Alexandre dos Santos Queiroz, de 66 anos.

O crime ocorreu nessa terça-feira (28) quando o suspeito entrou no estabelecimento e atirou contra Alexandre. Câmeras do circuito de segurança mostram à vítima andando de costas com uma pasta vermelha em mãos e vai até um dos guichês da concessionária.

Em seguida, Marcelio, de camiseta preta, aparece entrando na loja com a arma em punho. Ele passa por outro funcionário que está de cabeça baixa e não vê o suspeito armado. O funcionário cai e os disparos continuam e são direcionados, inclusive, para a cabeça da vítima. Segundo a Polícia Civil, Alexandre foi atingido por diversos disparos nas costas e cabeça, e morreu na hora.

Os vídeos também mostram o momento em que Marcelio entra na concessionária. Depois do crime, testemunhas afirmam que ele saiu calmamente, entrou em um veículo modelo Volkswagen Up e fugiu. Os policiais também apreenderam a arma utilizada no crime, um carregador com dois cartuchos cheios e uma faca. À polícia, Marcelio disse que comprou a arma em um clube de tiros por R$ 2 mil, em 2001, e raspou a numeração dela.

Motivo fútil

Marcelio disse à polícia que a insatisfação no conserto de uma bomba de água do veículo em 2022 motivou o crime. Ele falou que havia feito um reparo no carro na concessionária, no valor de R$ 3 mil, mas o veículo voltou a dar problema. Ao voltar na concessionária para relatar o problema, ele alega ter brigado com a vítima, e disse que Alexandre o tratou de forma “grosseira”.

Ele, então, afirmou que decidiu levar o veículo em uma oficina, onde gastou mias R$ 2,5 mil. Ele conta que decidiu se vingar de Alexandre porque estava desempregado, sem dinheiro e passando por uma situação financeira delicada e, por causa da vítima, teve que gastar R$ 5,5 mil com o carro.

Em nota, o Grupo Líder, proprietário da Concessionária Mila, negou que Marcelio fosse um cliente e afirmou que desconhece “qualquer episódio que envolva acordo comercial que não tenha seguido os protocolos” (veja nota na íntegra abaixo).

“O Grupo Líder, proprietário da Concessionária Mila, se solidariza com os familiares e amigos do colaborador Alexandre Santos Queiroz, que, infelizmente, foi alvejado por disparos de arma de fogo, dentro das instalações da concessionária, enquanto trabalhava, na tarde desta terça-feira.

Cabe ressaltar que o funcionário de longa data da Concessionária, até então, sempre cumpriu com afinco as funções a ele atribuídas.

Sobre o autor dos disparos, cujo nome consta nas investigações e no boletim de ocorrência, o mesmo nunca foi cliente da Mila e desconhecemos qualquer episódio que envolva acordo comercial que não tenha seguido os protocolos e as normas da empresa que sempre prezam pela boa conduta.

Desde o primeiro momento, os funcionários da concessionária que presenciaram o fato estão colaborando com as investigações”.

Segundo a Polícia Civil, o filho de Alexandre disse que desconhece qualquer ameaça ou problema relacionado ao pai, quem disse ser “muito trabalhador e honesto”.

Investigado por abuso sexual da filha

Em 2015, Marcelio foi investigado por abusar da filha de criação, que na época tinha quatro anos de idade.

Segundo a denúncia, a mãe da criança estava trocando a roupa da filha, quando ela tocou as próprias partes íntimas. Quando questionou a filha do porque ela estava fazendo isso, a menina disse que o pai que a mandava fazer o gesto e a orientava a não contar para ninguém. Após a descoberta, a mãe registrou um boletim de ocorrência.

Em 2019, Marcelio processou a mãe de sua filha por calúnia. Ele contou que tinha um bom relacionamento com a mãe da criança e que reconheceu a menina como filha após o nascimento dela. Marcelio ainda afirmou que não as visitava com frequência, mas que quando ia nunca ficou sozinho com a criança e que todas as visitas eram feitas sob a supervisão da mãe.

Marcelio pediu R$ 5 mil de indenização para a mãe da filha, o que foi julgado como improcedente pelo juiz Elito Batista de Almeida, da 32ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte. Na decisão, o magistrado afirma que a perita não pode concluir que houve abuso em função da ausência de outros elementos.

Apesar disso, o juiz afirmou que não via má-fé na ação da mãe. “Inexiste no feito qualquer elemento que induza a conclusão de que houve denunciação caluniosa ou difamação advinda da requerente contra o autor, mas sim um excesso de zelo de uma mãe que a todo tempo demonstrou o interesse de proteger a integridade física e psíquica da filha”, diz parte da denúncia.

O pedido de indenização foi considerado improcedente pelo magistrado.

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