O homem acusado de matar o sargento da Polícia Militar Roger Dias que publicou um vídeo nas redes sociais de dentro do presídio ouvindo um pagode e fumando um cigarro, será transferido de Contagem (Grande BH) para Francisco Sá (Norte de Minas). Welbert Souza Fagundes, de 25 anos, foi incluído no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e está sendo levado para a Penitenciária de Segurança Máxima.
A decisão é do juiz da Vara de Execuções Penais de Contagem, Wagner Cavalieri, que ponderou a má conduta e indisciplina de Welbert que gera riscos para a ordem da Penitenciária Nelson Hungria onde Welbert estava preso. Em sua decisão, o juiz analisou os incidentes envolvendo Welbert nos últimos meses - como a vez que ele se automutilou, quando botou fogo em um colchão e quando postou um vídeo em sua conta no Instagram.
Wagner avaliou a conduta de Welbert como “dissimulada” e “manipuladora”. Na decisão, o juíz cit , por exemplo, uma audiência onde ele entrou mancando para simular dor, mas depois da audiência foi flagrado por policiais penais andando normalmente.
O juiz cita também que as denúncias de maus tratos e torturas, mas afirma que no vídeo postado no Instagram como uma conduta “incompatível com a alguém de que está sofrendo ameaças e maus tratos”. O juíz analisou que Welbert foi audacioso, debochado e indisciplinado.
Welber deve ficar pelo menos dois anos no RDD, com cela solitária e banho de sol individual por apenas duas horas por dia.
‘Incidentes’
Em 13 de maio, as imagens de dentro do presídio da Nelson Hungria foram enviadas à Itatiaia por fontes da reportagem. Dias antes, o detento deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Contagem duas vezes em menos de 24 horas. Na noite do dia 30 de abril, Welbert foi encontrado ferido dentro da cela. Ele afirma que se machucou propositalmente para protestar contra os maus-tratos que estaria recebendo na unidade prisional. No dia seguinte, 1° de maio, ele botou fogo no colchão da cela da enfermaria do presídio e foi novamente levado para ser atendido na UPA.
Logo depois dos episódios, a defesa de Welbert pediu para que a sanidade mental do réu seja analisada por uma perícia do Tribunal da Justiça, alegando que ele estaria ouvindo vozes.