O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou ação pública contra a Copasa após identificar que a água fornecida à população de Peçanha (Vale do Rio Doce) se encontra em condições impróprias para o consumo humano. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (5).
A ação requer o bloqueio de R$ 10 milhões das contas da Copasa, além da determinação de que a empresa se abstenha, imediatamente, de cobrar a tarifa até que seja realizado o fornecimento de água própria, sob pena de multa R$ 1 mil por inserção indevida da tarifa na conta de cada consumidor.
As análises foram solicitadas após terem chegado ao conhecimento da Promotoria de Justiça imagens que mostravam o cadáver de um animal de grande porte em um manancial que abastece a cidade de Peçanha. Diante da suspeita de irregularidade, foi solicitado ao Procon-MG, órgão do MPMG, a realização de perícia para avaliar os parâmetros de potabilidade da água.
“Em 1º de outubro de 2024, a equipe do Procon-MG, colheu amostras de água em uma Estação de Tratamento de Água da Copasa, em um hospital e em uma escola estadual. Segundo os laudos elaborados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), as análises laboratoriais da água fornecida aos munícipes de Peçanha ‘foram insatisfatórias quanto aos parâmetros detecção fluoretos e contaminantes inorgânicos’”, disse.
São ainda requeridas na ação a determinação à Copasa e ao Município de Peçanha para que iniciem, no prazo máximo de 10 dias, trabalho de informação à população local, por meio de rádio e carros de som, sobre os cuidados necessários para a utilização da água atualmente fornecida.
A Copasa informou, por meio de nota, que não se manifesta sobre procedimentos administrativos em tramitação.
Notícias falsas
Após o ajuizamento da ação, no dia 3 de dezembro, passaram a circular em grupos de WhatsApp de moradores de Peçanha mensagem falsamente atribuída à Promotoria de Justiça da cidade em que se aconselharia a população a “pegar água” de uma fonte denominada da Mãe d’água “até para fazer comida já pode ir se precavendo.”
“A Promotoria de Justiça de Peçanha reitera que tal mensagem é inverídica e que não há nenhuma orientação neste sentido por parte do Ministério Público de Minas Gerais”, acrescentou MP.