Ozempic no SUS? Secretário de Saúde do Rio explica Projeto
Publicado em 04/01/2025 09:47
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A Prefeitura do Rio de Janeiro pretende distribuir Ozempic, remédio utilizado para combater diabetes tipo 2 e obesidade, na rede pública de saúde. Nesta semana, a secretaria de saúde anunciou a criação de um grupo de trabalho para apresentar estudos sobre o fornecimento de semaglutida, substância ativa do Ozempic.

O resultado do estudo, coordenado pelo secretário de saúde, Daniel Soranz, deve ser apresentado ao prefeito Eduardo Paes em 90 dias. A expectativa é que 3 mil doses por mês já estejam disponíveis a partir de janeiro de 2026 no protocolo de tratamento de combate à obesidade e diabetes tipo 2 nas Clínicas da Família.

À Itatiaia, o secretário de Saúde explicou como estão as negociações. ‘Já estamos negociando com a Novo Nordisk (empresa dinamarquesa que produz o Ozempic) e outras três empresas brasileiras que vão fabricar o remédio após a quebra da patente’, afirma Soranz.

Segundo o secretário, o médico de família, que já acompanha o paciente com quadro de obesidade, decidirá sobre a necessidade de uso do medicamento.

‘A intenção é usar o poder de compra do SUS para reduzir o preço e aumentar a capacidade de negociar com as empresas que vendem o produto’, explica.

‘Acreditamos que o medicamento com a semaglutida (substância ativa do Ozempic) vai ajudar na redução (de internação) hospitalar’, diz Soranz.

À Itatiaia, o secretário afirmou que não é necessária a avaliação do Ministério da Saúde para distribuição do Ozempic na rede pública de saúde da capital carioca: ‘a gente entrou primeiro e cada secretaria tem autonomia para isso’.

O que diz o Ministério da Saúde

A Itatiaia também procurou o Ministério da Saúde para entender o processo de distribuição de medicamento pelo SUS.

Segundo a pasta, ‘não há demanda para avaliação de medicamentos para o tratamento de obesidade pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec)’.

‘Para que uma tecnologia em saúde seja incorporada ao SUS, é necessário que passe pela avaliação da Conitec. A Comissão atua conforme as demandas recebidas e assessora o Ministério da Saúde nas decisões sobre a inclusão ou exclusão de tecnologias no SUS. Quando acionada, a Conitec analisa as evidências científicas disponíveis sobre a tecnologia, considerando fatores como eficácia, acurácia, efetividade e segurança. Além disso, realiza uma avaliação econômica, comparando os benefícios, custos e o impacto orçamentário para o sistema público’, pontuou o Ministério em nota.

Além disso a pasta disse que embora não exista um tratamento com medicamento específico, o SUS oferece atendimento a pacientes com obesidade, conforme as orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Sobrepeso e Obesidade em Adultos.

‘Vale destacar que a semaglutida não está prevista no PCDT para o tratamento da obesidade e não integra a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) disponibilizada pelo SUS’, concluiu a pasta.

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