A mulher que sobreviveu ao bolo envenenado com arsênio pela nora, Deise Moura dos Anjos, de acordo com a polícia, falou pela primeira vez sobre o crime. Zeli dos Anjos, perdeu duas irmãs e a sobrinha. Deise é suspeita de matar quatro pessoas envenenadas, em Torres, no Rio Grande do Sul. Nesta semana, ela foi encontrada morte dentro da prisão. Segundo a sogra, ela já foi envenenada outra vez pela mulher.
“Eu sabia que ela era má, que ela fazia maldades, mas nunca que fosse chegar a um nível desses”, diz a sogra Zeli em entrevista ao Fantástico nesse domingo ( 16).
“Eu não tenho nem pena, nem raiva, nem ódio, nem sei que tipo de sentimento. Mas, quando eu penso que ela tirou as quatro pessoas mais importantes da minha vida...”, se emocionou a dona de casa.
Na época do crime, Zeli precisou ficar internada durante 19 dias devido aos sintomas mais graves. De início o caso era tratado como intoxicação alimentar, porém, teve uma reviravolta depois que um laudo da perícia confirmou a presença de arsênio em amostrar de sangue e de urina das vítimas.
Durante o depoimento, a sogra Zeli confirmou o que muitos parentes falavam com ela, que Deise não gostava dela.
“Todos os depoimentos foram no sentido de um certo ódio que a investigada tinha pela sua própria sogra. Ela mesma, espontaneamente, disse que o apelido da sogra era ‘naja’, seguido de uma leve risada depois”, conta o delegado Marcos Vinícius Muniz Veloso.
Durante a investigação, Deise negou qualquer tipo de envolvimento no caso. Porém, a polícia encontrou indícios de que ela estava mentindo e, com um mandado de busca, apreendeu o celular e o computador dela. No histórico de pesquisas feitas por Deise na internet, ela havia feito 18 buscas por substâncias tóxicas, entre elas “arsênio”, “veneno para o coração” e “veneno para matar humanos”.
“Ela não planejou comprar só o arsênio. A primeira pesquisa dela foi o veneno mais mortal do mundo”, afirmou o delegado.
Mulher também matou o sogro, 4 meses antes
Ainda conforme a investigação da polícia, Deise comprou arsênio pelo menos duas vezes. A primeira compra foi entregue no endereço da mulher no dia 21 de agosto. Foi nesse dia em que ela misturou arsênio ao leite em pó que levou junto com outros alimentos para os sogros no dia 31 de agosto.
Dois dias após, Zeli e o marido passaram mal quando ingeriram o leite em pó com o café. Naquela época, Zeli foi atendida por médicos e liberada. Já o marido dela, Paulo Luiz dos Anjos, morreu no dia 3 de setembro. O diagnóstico na certidão de óbito foi “infecção alimentar”.
“Eu não quis acreditar em várias pessoas que me falavam: ‘Faz o exame nele, faz o exame nele’. E eu achei impossível”, diz Zeli.
Após perder o marido, segundo a polícia, Deise foi ao encontro da sogra novamente e misturou o veneno na farinha que depois Zeli utilizou para fazer o bolo de reis.