POLÍCIA CIVIL: OPERAÇÃO DO CORE DEIXA 08 MORTOS NO COMPLEXO DA MARÉ NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Publicado em 06/05/2019

Uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil deixou oito mortos na manhã desta segunda no Complexo da Maré. Dois homens foram presos. Houve apreensão de sete fuzis, pistolas e granadas. Segundo a Polícia Civil, a ação foi planejada para prender o traficante Thomaz Jhayson Vieira Gomes, que atualmente se autodenomina 3N do Salgueiro. O bandido, que mudou de facção criminosa estaria em uma favela controlada pelo mesmo grupo.

O bandido era conhecido como 2N. O novo nome é uma referência à facção rival que controla a venda de drogas no Jardim Catarina e o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Ameaçado de morte desde que teria assassinado o ex-aliado Schumaker Antonácio do Rosário, na quinta-feira da semana passada, 2N teria conseguido apoio de integrantes da sua atual facção.

De acordo com a página Maré Vive, os confrontos se concentraram nas comunidades Palace (Conjunto Esperança), Salsa, Merengue e Vila do João. Moradores denunciam que o helicóptero da polícia atirou do alto no horário em que as crianças saíam da escola.

"Meu Deus , uma dessas crianças aí na foto é meu filho! Estou no trabalho, revoltado com esse Estado... mas Deus está no controle de tudo", lamentou um morador.

"Cuidado, pessoal, eu fui buscar meu filho na escola Marielle Franco e as crianças estão deitadas no refeitório", alertou outro.

"Alvejaram minha casa, que é de telha, estou passando mal. Isso é uma falta de respeito com as pessoas! Achei que ia quebrar, meu irmão assustado, meus cachorros chorando... tenho problema no coração, imagina como não fiquei? Achei que ia morrer", desabafou uma mulher.

"Eu estava saindo para trabalhar e nesse mesmo horário várias crianças saíam da escola. Do nada o Águia começou a dar tiros para baixo, bem próximo a escola e todas pessoas que estavam ali correram. Era triste ver o choro desesperador das crianças", disse um terceiro.

Prédio da Fiocruz é esvaziado após tiroteio

O intenso tiroteio mudou a rotina de trabalho na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Um dos prédios da instituição, próximo à Maré, foi esvaziado por medida de segurança no início da tarde.

Por volta de 10h30 ouvimos algumas rajadas. Ficamos um tempo nos corredores mas depois que o barulho cessou, voltamos ao trabalho. Por volta de 12h30 os seguranças nos avisaram que por questão de segurança o prédio seria evacuado. Todo mundo correu para desligar os computadores e foi aí que escutamos mais tiros. O helicóptero que estava circulando voltou, ouvimos disparos bem próximos, que pareciam ser na Maré. Todo mundo correu pra ir embora, relatou uma funcionária da Fundação.

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