Diante da crise na Argentina, o Brasil deve deixar de exportar 240 mil veículos para o país em 2019, estima a associação das fabricantes, a Anfavea.
Os “hermanos” são os maiores clientes da indústria nacional, e o número representa 7,6% da previsão de produção para o ano, de 3,14 milhões de veículos, feita pela própria Anfavea, no início de 2019.
O mercado automotivo da Argentina tem apresentado queda considerável no número de emplacamentos. Em maio, de acordo com a associação das concessionárias local (Acara), foram vendidas 36.770 unidades. O número é menos da metade dos 83.200 exemplares no mesmo período do ano passado.
Rivalidades à parte com os brasileiros, o mau desempenho da economia do país vizinho também pode ser sentido aqui. Isso porque, segundo a Acara, 69% dos carros vendidos na Argentina são importados – grande parte tem o Brasil como origem.
Entre janeiro e maio, foram enviados 107 mil veículos para a Argentina, 54% menos do que as 233 mil unidades do mesmo período do ano passado.
Individualmente, poucas fabricantes comentam a queda nas exportações.
A reportagem procurou as nove empresas que enviam carros para a Argentina e perguntou se há previsão de queda na produção por conta da crise.
A Honda afirmou que não pensa em reajustar sua produção no Brasil.
A Volkswagen disse que espera aumentar a produção no Brasil em 20%, mas que prevê redução nas exportações para a Argentina.
A Renault afirmou que espera “uma queda nas exportações”. Segundo a empresa, entre janeiro e abril, a queda foi de cerca de 53% na comparação com 2018.
A Nissan disse que “está ajustando a produção de veículos para exportação para a Argentina”. No entanto, as empresas acima não detalharam os números.
Chevrolet e Ford disseram não comentariam o assunto.
Apenas Toyota, Peugeot Citroën e Fiat Chrysler informaram quantos veículos devem deixar de ser enviados para o país vizinho.