A investigação do Departamento de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que a maior milícia do estado "lavava" dinheiro da quadrilha por meio de uma empresa de terraplanagem.
A companhia tem licença dos governos federal e estadual para atuar.
Nesta quarta-feira (3), a polícia realizou uma operação que terminou com a prisão de seis pessoas apontadas como responsáveis por lavar o dinheiro sujo do grupo criminoso.
De acordo com investigadores, a empresa movimentou, em cinco anos, R$ 41 milhões.
Com isso, a Justiça determinou que a empresa Jardim das Acácias Mineração, que funciona em Seropédica, na Baixada Fluminense, interrompesse as atividades.
Os caminhões e as máquinas pesadas do local pararam de funcionar.
As licenças de órgãos do Estado do Rio e da União autorizavam que a companhia extraísse areia, saibro e até retirasse água, adicionada com sais, do local.
Desde o assassinato do proprietário da Jardim das Acácias, em 2015, a Macla Extração e Comércio de Saibro começou a adquirir capitais da empresa.
O caminho do dinheiro da milícia vinha sendo investigado desde 2012.
Polícia busca 'chefe financeiro'
Os policiais procuram, ainda, Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, que é considerado como o chefe financeiro da maior milícia do RJ.
A polícia suspeita que a milícia assumiu o comando do negócio "à força" porque dois donos de empresas do mesmo ramo foram mortos nos últimos cinco anos.
No terreno onde a milícia retirava areia e água, ainda está a placa de outra empresa, a Jardim das Acácias.
A reportagem não conseguiu contato com os suspeitos.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que suspendeu a licença de operação da empresa Jardim das Acácias em agosto de 2018.
Também comunicou que vai encaminhar o caso à corregedoria da instituição.
A Agência Nacional de Mineração disse que a empresa ainda está regular, que não tem competência para avaliar a idoneidade dos donos, mas que pode colaborar com as investigações da polícia.