INVESTIGAÇÃO: MILÍCIA USAVA VÁRIAS EMPRESAS PARA LAVAR DINHEIRO NO RJ
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Publicado em 04/07/2019

A investigação do Departamento de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que a maior milícia do estado "lavava" dinheiro da quadrilha por meio de uma empresa de terraplanagem.

A companhia tem licença dos governos federal e estadual para atuar.

Nesta quarta-feira (3), a polícia realizou uma operação que terminou com a prisão de seis pessoas apontadas como responsáveis por lavar o dinheiro sujo do grupo criminoso.

De acordo com investigadores, a empresa movimentou, em cinco anos, R$ 41 milhões.

Com isso, a Justiça determinou que a empresa Jardim das Acácias Mineração, que funciona em Seropédica, na Baixada Fluminense, interrompesse as atividades.

Os caminhões e as máquinas pesadas do local pararam de funcionar.

As licenças de órgãos do Estado do Rio e da União autorizavam que a companhia extraísse areia, saibro e até retirasse água, adicionada com sais, do local.

Desde o assassinato do proprietário da Jardim das Acácias, em 2015, a Macla Extração e Comércio de Saibro começou a adquirir capitais da empresa.

O caminho do dinheiro da milícia vinha sendo investigado desde 2012.

Polícia busca 'chefe financeiro'

Os policiais procuram, ainda, Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, que é considerado como o chefe financeiro da maior milícia do RJ.

A polícia suspeita que a milícia assumiu o comando do negócio "à força" porque dois donos de empresas do mesmo ramo foram mortos nos últimos cinco anos.

No terreno onde a milícia retirava areia e água, ainda está a placa de outra empresa, a Jardim das Acácias.

A reportagem não conseguiu contato com os suspeitos.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que suspendeu a licença de operação da empresa Jardim das Acácias em agosto de 2018.

Também comunicou que vai encaminhar o caso à corregedoria da instituição.

A Agência Nacional de Mineração disse que a empresa ainda está regular, que não tem competência para avaliar a idoneidade dos donos, mas que pode colaborar com as investigações da polícia.

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