39 SUSPEITOS DE EXTORQUIR DINHEIRO DE POLO DA PETROBRAS SÃO PRESOS
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Publicado em 04/07/2019

A polícia e o Ministério Público do Rio prenderam, na manhã desta quinta-feira (4), 39 suspeitos de integrar uma milícia que invadiu a cidade de Itaboraí, Região Metropolitana do Rio. O grupo é comandado por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que está no presídio federal de Mossoró (RN).

A ação, batizada de Salvator, visa cumprir 74 mandados de prisão, cinco contra policiais militares, e 90 mandados de busca e apreensão.

O grupo cobrava taxas da população e de grandes empresas. Segundo as investigações, os milicianos fizeram cobranças até ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que teve as obras retomadas no ano passado. A polícia ainda não esclareceu se o Comperj efetuou os pagamentos exigidos pelos milicianos. O lucro mensal da quadrilha ultrapassava R$ 500 mil.

“A partir dali eles começaram a tomar territórios ao redor de Visconde, como Porto das Caixas e outros bairros ali ao redor de Visconde. A prática deles é realmente bem brutal, a gente tem testemunhas e vítimas de extorsões não só destas taxas de segurança, mas também eles tomando alguns comércios, tomando residências, torturando moradores”, explicou o delegado Gabriel Poiava.

Por volta das 6h, os agentes prenderam policial militar Fábio de Souza Costa, o China, que trabalha na Unidade de Polícia Pacificadora do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Ele estava em casa e demorou alguns minutos para abrir a porta, mas acabou se rendendo.

O miliciano Orlando Curicica também é apontado como um dos suspeitos na morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes.

A milícia atual no município há, pelo menos, um ano e meio. Antes, muitos traficantes agiam na região. Após a chegada dos milicianos, os traficantes começaram a aparecer mortos, com corpos deixados pelas ruas da cidade, uma forma de intimidar a população. Isso despertou a atenção da polícia e fez com que a quadrilha mudasse o modus operandi e passasse a ocultar os cadáveres.

Segundo a polícia, a partir de então, a quadrilha comandada por Curirica também se tornou responsável, além de homicídios, pelo desaparecimento de pessoas na cidade.

Com o auxílio de PMs, eles passaram a matar usuários de drogas, pessoas que praticavam pequenos furtos e até mesmo parentes de traficantes de outras comunidades.

"Eles não só atuavam como a gente vislumbra naquele antiga clássica atuação de um grupo de extermínio e cobrança de taxa de segurança, eles cobravam sobre imóveis vendidos na região onde eles atuavam, cobravam. Os próprios moradores que eles expulsavam eles dominavam, tomavam os imóveis e vendiam, até através da OLX eles faziam essa venda”, complementou o promotor do Gaeco, Rômulo Santos.

Os integrantes da organização ainda são apontados como responsáveis pela maior chacina que já houve no município. Em janeiro desse ano, 10 pessoas foram brutalmente assassinadas.

A ação Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, da Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar.

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