Uma mulher, que estava sentada numa calçada da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, segurando uma placa de compra de ouro e prata, foi identificada, terça-feira, pelas câmeras de reconhecimento facial instaladas no bairro como sendo Maria Lêda Félix da Silva, condenada por homicídio e procurada pela polícia. Imediatamente, a mulher, que estava sem documentos e realmente era parecida com Maria Lêda, foi levada para a delegacia da área, onde, depois que parentes levaram sua identidade, foi constatado o engano.
Mas o erro no sistema não foi só este. Maria Lêda, que estava sendo procurada pelas câmeras, já está, na verdade, presa desde 2015, informação que a Polícia Militar, responsável pela operação do sistema, desconhecia. Diante da confusão, a Secretaria estadual de Polícia Militar disse que vai procurar a Secretaria de Polícia Civil para pedir um aperfeiçoamento do banco de dados de procurados no estado.
A reportagem descobriu que Maria Lêda estava detida por meio de um procedimento simples. Passou os dados dela à Secretaria estadual de Administração Penitenciária, que, em cerca de dez minutos, respondeu que a mulher já está no sistema prisional há quatro anos. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça também confirmou que Maria Lêda está atrás das grades.
Ainda em testes
O coronel Mauro Fliess, porta-voz da Secretaria estadual de Polícia Militar, reconheceu o erro e disse que o sistema terá que passar por um aperfeiçoamento.
Os responsáveis pela implantação e execução do Sistema de Reconhecimento Facial farão uma análise para verificar a razão da permanência do nome de uma detenta no banco de dados de procurados pela Justiça. Mas lembramos que a PM usa o banco de dados de procurados da Polícia Civil, disse o coronel.