A equipe do tenente-coronel Bruno D'Assunção foi a primeira a chegar na Rua Minerva, no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (21), minutos depois que um avião de pequeno porte caiu no local.
“Eu moro bem perto de lá. Meu motorista e eu tínhamos parado na Avenida Pedro II para conversar com pessoal de outra viatura quando a gente viu o avião perdendo altitude. Ouvimos a explosão e seguimos para o local”, disse.
O militar aparece em um vídeo conversando com o piloto Allan Duarte de Jesus, de 29 anos, que não resistiu aos ferimentos e morreu nesta terça-feira (22). Ele tinha quase 100% do corpo queimado.
“Quando eu soube da notícia, fiquei muito triste. Eu tinha esperança que ele iria se recuperar. Queria visitá-lo”, contou o tenente-coronel.
Ao chegar ao local, o militar viu Allan no chão, com peito, pernas e rosto queimados. No vídeo, ele diz “meu amigo deita, só deita. Você era o quê?”. O jovem respondeu, “piloto”.
“A nossa preocupação ali era acalmá-lo. Ele pediu que a gente jogasse água nele. O calor era insuportável. Acho que passava dos 60 graus. Foi aí que eu peguei uma mangueira e joguei água nele”, contou o tenente-coronel.
Ele ficou uma hora conversando com Allan. “Perguntei quantas pessoas tinha no avião. Falei para ele não se mexer. O nosso sentimento era de salvar vidas. De salvá-lo”, falou.
D’Assunção também contou que um dos homens que estava no carro e foi parar na calçada chegou a levantar a mão.
“Infelizmente, não conseguimos chegar até ele. Tinha muito fogo, muita fumaça. Quando outras guarnições chegaram e conseguimos ir até lá, não dava mais tempo”, relatou.
O homem era o pedreiro Paulo Jorge de Almeida, de 61 anos. Ele e o vizinho Pedro Antônio Barbosa morreram no local do acidente. Outra vítima era Hugo Fonseca da Silva, de 38 anos, passageiro do avião. Ele ficou preso nas ferragens da aeronave e também não resistiu.