A cuidadora de idosos Eliangela Carlos Lopes, de 41 anos, que mora em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, procurou a Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência no início deste mês após receber uma mensagem oferecendo emprego e vetando negras e gordas no processo de seleção.
“Únicas exigências: Não podem ser negras, gordas e precisam de pelo menos 3 meses de experiência”, dizia o texto.
A oferta de emprego era da Home Angels BH Centro-Sul, que trabalha com serviço de cuidadoras, e foi enviada à empresa de treinamento Leveza do Afeto, que a repassou por meio de uma linha de transmissão do WhatsApp.
Em nota, a Home Angels informou que repudia veementemente o que ocorreu e destacou a igualdade de tratamento entre as pessoas.
“A minha intenção foi empregar. Eu copiei e colei para atender a demanda”, disse nesta quarta-feira (13), a responsável pela Leveza do Afeto, Fernanda Spadinger.
Já Eliangela, se revoltou ao ler o texto. "Eu não preencheria a vaga por causa do meu tom de pele. Eu fiquei estarrecida, em estado de choque, com o meu coração dilacerado. Eu sou negra, de cabelo ruim, moradora de Ribeirão das Neves e estou com 41 anos. Que chance eu teria?”, questionou.
Ela disse que não precisava da vaga porque está empregada há dois anos no bairro Aparecida, na Região Noroeste da capital mineira, mas se colocou no lugar de colegas desempregados.
Eliangela contou, ainda, que mandou uma mensagem para Fernanda Spadinger dizendo que a mensagem era racista. Fernanda se desculpou e enviou outro post corrigindo.
“Eu repudio qualquer tipo de preconceito. Não é uma postura minha e nem da minha empresa. Eu deveria ter filtrado ou dito que eu não trabalho com esse tipo de empresa, mas na pressa eu envie para a lista de transmissão das cuidadoras criadas por mim”, se defendeu Fernanda.