Considerada torcedora-símbolo do Cruzeiro, Maria Salomé da Silva morreu na madrugada desta terça-feira (10) em Belo Horizonte, aos 86 anos, em decorrência de um problema cardíaco.
O único filho de Dona Salomé, como era chamada, disse que ela morreu no hospital após passar mal durante um jogo no estádio Mineirão neste domingo (8), quando o time foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Conhecida por toda a torcida cruzeirense, Dona Salomé era funcionária do clube e não faltava a quase nenhuma partida disputada pelo Cruzeiro. Acompanhava o time de coração também em outros esportes, como o vôlei.
Filho de Dona Salomé, Roberto da Silva, de 61 anos, contou que mãe chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros no domingo. De acordo com ele, o mal-estar tem relação com o tumulto que terminou em quebradeira no Mineirão.
Segundo o Roberto, Dona Salomé foi atendida primeiramente no posto médico do estádio e depois levada por uma ambulância a um hospital particular, onde ficou internada até a madrugada desta terça. O filho contou que ela tinha hipertensão e tomava remédios.
"Ela disse que se não estivesse no Mineirão no domingo, passaria mal do mesmo jeito", comentou o filho.
O diretor-superintendente o Cruzeiro, Ronaldo de Assis Carvalho, disse que o clube vai prestar as homenagens que a torcedora-símbolo merece.
Dona Salomé deixa o filho e três netos.
O perfil do Estádio Mineirão no Twitter lamentou a morte da torcedora.
O velório será nesta quarta-feira (11), a partir das 6h, no Poliesportivo do Riacho, em Contagem, e o sepultamento, no Crematório Belo Vale, em Santa Luzia.
Nesta terça-feira, um grupo de torcedores decidiu fazer uma pintura para homenagear dona Salomé, em Belo Horizonte. A imagem dela está sendo pintada no muro da sede do Cruzeiro, no bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul. O clube permitiu a pintura.
Suspeita de agressão
No dia 3 de dezembro, um boletim de ocorrência registrou que Dona Salomé havia sido agredida por atleticanos na saída de um jogo de vôlei, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No momento da suposta agressão, ocorreu um tumulto, e uma adolescente de 15 anos também ficou ferida.
No mesmo dia, a Dona Salomé negou a agressão, contradizendo a versão registrada pela Polícia Militar. Ela disse que caiu durante a confusão porque carregava uma bolsa pesada e se desequilibrou. A torcedora reclamou de dores e, por esse motivo, foi levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte, na mesma cidade.