FILHO DE CASAL MORTO NA AUSTRÁLIA QUESTIONA SE PAIS ESTÃO DOENTES
Principais notícias do Dia
Publicado em 15/01/2020

A família do casal brasileiro que morreu em um acidente de carro na Austrália está se preparando para ir ao país cuidar das três crianças que ficaram órfãs e, também, tratar dos trâmites burocráticos. Os filhos do casal continuam internados, mas não correm risco de morte. A expectativa é que o tio das crianças consiga a tutela e se mude para cuidar dos sobrinhos na Austrália.

Danielle Billeski, de 37 anos, nasceu em Santos, no litoral de São Paulo, e morava há mais de nove anos na Austrália. Ela e Eduardo Rodrigues, de 41, voltavam de uma rápida viagem com os três filhos pequenos e os pais de Eduardo quando o carro, de sete lugares, capotou em uma rodovia perto da cidade de Binningup. A polícia local investiga a circunstâncias do acidente.

Eduardo e Danielle, que estavam nos bancos dianteiros do carro, morreram no local. O bebê de dois meses e os outros dois filhos do casal, de três e seis anos, sobreviveram junto com os avós paternos. As crianças e a avó foram levados para um hospital em Perth de helicóptero. O avô foi levado para um hospital em outra cidade.

Após a morte do casal, amigos começaram uma campanha na internet para arrecadar recursos para ajudar as crianças que ficaram órfãs. Matheus Billerski, irmão de Danielle, afirma que a família ainda não sabe os custos que terá com os trâmites que precisam ser resolvidos. Ele, a mãe e o filho mais velho de Danielle, de 15 anos e que morava no Brasil com a avó, devem chegar ao país até sábado (17).

"As crianças internadas só poderão sair do hospital quando a gente chegar lá. Assim como o corpo da minha irmã só poderá ser velado e sepultado quando nós, pessoalmente, autorizarmos. Vamos para a Austrália para cuidar de tudo isso, dar apoio aos pais do Eduardo e cuidar dos meninos."

Matheus explica que as crianças, um bebê de dois meses, um de três e outro de seis anos, ainda não sabem o que aconteceu. Brasileiros que moram na Austrália, e que eram amigos de Eduardo e Danielle, se revezam no hospital enquanto a família não chega ao país. O bebê tem se alimentado de leite materno que foi doado por uma brasileira.

"O mais velho, de seis anos, a gente acha que ele sabe. Mas, como é muito novo ainda, não tem noção do que é a morte. Às vezes, no hospital, ele pergunta pela mãe, pelo pai. O outro, de três anos, pergunta se a mamãe está 'dodói', se o papai está 'dodói'. Ninguém responde, é muito triste."

Matheus explicou que dois filhos de Danielle são considerados cidadãos australianos e o objetivo da família é que eles permaneçam na Austrália.

"Eu tentarei a guarda das crianças para que eu possa, junto com a minha esposa e meu filho, continuar com eles lá. Eles queriam isso, que os filhos crescessem na Austrália e lutaram muito por isso. Eles tinham acabado de comprar uma casa e conseguiram visto para o mais velho ir morar com eles. Eles queriam essa vida."

A última conversa que Matheus teve com a irmã foi dias antes do acidente, por um aplicativo de mensagens. Ele diz que Danielle era muito comunicativa e tinha muitos amigos no Brasil e na Austrália. "Ela sempre foi muito alegre, fantástica e prestativa em todos os aspectos. Sou o irmão mais novo e sempre fui muito apegado a ela. Eu acredito nos planos de Deus e isso é o que alivia minha dor", finaliza.

 

Comentários