Após a confirmação de um caso de reinfecção pelo novo coronavírus, em Hong Kong, na segunda-feira, o mundo passou a se perguntar: qual é a chance de uma mesma pessoa ser contaminada pela segunda vez? Na terça-feira, outros dois casos parecidos foram reportados na Holanda e na Bélgica. No Brasil, 15 pacientes com possível reinfecção são analisados em São Paulo, mas os resultados ainda não foram divulgados. Por ora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede cautela para a análise desses registros. A porta-voz da entidade, Margareth Harris, disse que, provavelmente, mais episódios serão confirmados, porém em uma escala muito pequena na comparação com o total de pessoas que tiveram Covid-19 uma só vez. Ainda assim, o fato de existirem casos de reinfecção é revelador sobre o tempo de imunização após o contato com o vírus e, portanto, interfere nas pesquisas sobre a eficácia da vacina.
No Ao Ponto desta quarta-feira, o repórter de Ciência Rafael Garcia conta os detalhes do estudo que confirmou o caso de reinfecção em Hong Kong. A infectologista Nancy Bellei, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do laboratório que analisa os testes com voluntários da vacina de Oxford no Brasil, explica as possibilidades de resposta do corpo humano a um segundo contágio pela doença e como esse achado se relaciona à eficácia de um agente imunizante.