SE ENTREGOU SUSPEITO DE CONTRATAR OS ASSASSINOS DE FERNANDO IGNÁCIO
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Publicado em 20/02/2021

O policial militar reformado Márcio Araújo de Souza, que era considerado foragido da Justiça, se entregou à polícia nesta sexta-feira (19). Ele é suspeito de contratar os assassinos do contraventor Fernando Iggnacio, morto em novembro do ano passado.

Contra o ex-PM, havia um mandado de prisão temporária decretada pela 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.

Márcio, um dos principais seguranças do bicheiro Rogério Andrade, sobrinho do contraventor Castor de Andrade, se apresentou na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, e seria levado para a Unidade Prisional da Polícia Militar, na Região Metropolitana.

Fernando, que é genro de Castor de Andrade, foi executado no dia 10 de novembro no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Depois de voltar de Angra dos Reis, na Costa Verde, de helicóptero, Iggnácio foi atingido por vários tiros na cabeça em uma emboscada, no momento em que caminhava em direção ao carro, ao lado da empresa Heli-Rio.

Investigação

Durante as investigações, policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Márcio Araújo e tomaram o depoimento dele. Na ocasião, ele disse que não conhecia Rogério Andrade, mas a polícia já sabe que ele mentiu.

Imagens de câmeras de segurança mostram a ligação entre os dois.

Em setembro de 2017, Araújo era um dos seguranças que escoltavam Rogério Andrade e a mulher, num hospital na Barra da Tijuca, quando foram socorridos depois de serem vítimas de um suposto atentado.

Segundo a Polícia Civil, Rogério Andrade era inimigo declarado de Fernando Iggnácio.

Assassinato de Iggnácio

Os quatro criminosos que executaram Fernando Iggnácio usavam roupas camufladas e ficaram cerca de 4h à espera do bicheiro, em terreno vizinho ao heliporto.

O cabo da Polícia Militar Rodrigo Silva das Neves foi preso mês passado, na Bahia.

Os outros três suspeitos identificados permanecem foragidos:

o ex-PM Pedro Emanuel D’onofre Andrade Silva Cordeiro, conhecido como Pedrinho;

o irmão de Pedrinho, o policial militar Otto Samuel, que servia em São Paulo;

e Ygor Rodrigues Santos da Cruz, o Farofa.

A polícia suspeita de que os três tenham fugido para o Paraguai.

Crime planejado

Uma semana depois do assassinato, a polícia chegou ao endereço para onde eles foram logo após a emboscada. Lá, eles encontraram quatro fuzis. Peritos confirmaram que duas dessas armas foram usadas para matar Fernando Iggnácio.

A Delegacia de Homicídios também descobriu que os suspeitos mapearam o heliponto do Recreio por, pelo menos, duas semanas para planejar o crime.

Doze dias antes do atentado, Ygor Rodrigues alugou um helicóptero para viajar com a família.

Já Pedro Emanuel esteve no heliponto um dia depois de Fernando Iggnácio ter embarcado para Angra dos Reis.

De acordo com as investigações, ele contratou um voo panorâmico pelo Pão de Açúcar, mas a intenção era saber o local exato onde o carro do bicheiro estava estacionado.

Contradição no depoimento

Márcio Araújo, suspeito de ter contratado os atiradores, caiu em outra contradição durante o seu depoimento. Ele disse não conhecer os quatro criminosos, mas investigadores já têm provas da ligação entre eles.

A polícia não revela a possível motivação do assassinato de Fernando Iggnácio. Contudo, a disputa pelo espólio do bicheiro Castor de Andrade faz parte de uma das linhas de investigação.

A hipótese de vingança também não é descartada.

Em 2010, Rogério Andrade sofreu um atentado a bomba. Ele ficou ferido, mas o filho de 17 anos morreu na hora. O caso nunca foi esclarecido.

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