TRAFICANTES SÃO INDICIADOS POR MORTE DE JOVEM APÓS EXPLOSÃO DE LANÇA - PERFUME
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Publicado em 22/07/2021

Dois traficantes foram indiciados pela morte da estudante Ana Carolina Gonçalves de Oliveira Negreiros, de 20 anos, após a explosão de uma caixa com frascos de lança-perfume durante um baile funk clandestino realizado na Rocinha, na Zona Sul do Rio, durante a madrugada de 30 de maio. De acordo com a delegada Flávia Monteiro, titular da 11ª DP (Rocinha), John Wallace da Silva Viana, o Johnny Bravo, e Leandro Pereira da Rocha, o Bambu, tidos como os chefes do grupo criminoso que domina a venda de drogas na comunidade, irão responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) contra a jovem, apologia e ainda por causar epidemia. Contra eles, foi pedida ao poder judiciário a prisão preventiva pelos crimes.

De acordo com o relatório final do inquérito, Ana Carolina estava no chamado Baile do Moscow, onde, segundo testemunhas, os bandidos costumam ostentar seu poderio bélico, como fuzis, pistolas e granadas, e vender drogas. Atualmente, Johnny Bravo e Bambu seriam os idealizadores da festa, realizada para aumentar os lucros auferidos pela facção. No momento da explosão, as caixas de lança-perfume estariam expostas em uma bancada, como se fosse uma “feira livre”.

A jovem estava ao lado da barraca, onde havia um homem com fuzil, quando as chamas se espalharam. Os frequentadores, que estavam sem máscaras e aglomerados, então correram, tendo muitos caído e alguns sido pisoteados. Imagens de câmeras de segurança instaladas na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Rocinha mostram Ana Carolina chegando caminhando a unidade, às 6h57. Com a ajuda de funcionários, ela sentou em uma cadeira de rodas e logo perdeu a consciência.

Segundo o Boletim de Atendimento Médico (BAM), a moça sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus em 82% do seu corpo, tendo sido transferida, às 13h36, para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz. Ela morreu, seis dias depois, do chamado choque distributivo, decorrente do processo inflamatório causado pelos ferimentos graves.

Durante as investigações, ficou provado por provas testemunhais e técnicas, como vídeos publicados em redes sociais, que os bailes funks só acontecem na Rocinha com a anuência e a organização de criminosos do alto escalão do grupo que domina a venda de drogas na comunidade. Essas festas são feitas justamente para atender aos interesses da facção, aumentando seus rendimentos com o comércio de maconha, cocaína, drogas sintéticas e ainda do lança-perfume, que ocasionou a explosão que lesionou e posteriormente matou a Ana Carolina - explicou a delegada.

Johny Bravo assumiu a chefia do tráfico na comunidade após uma divergência entre Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, há cerca de quatro anos. Contra ele, há seis mandados de prisão em aberto por tráfico, associação para o tráfico e homicídio. Já Bambu tem anotações por crimes como tráfico, associação para o tráfico, dano, resistência, homicídio e roubo, havendo três mandados pendentes. Por informações que levem a captura de ambos, o Disque-Denúncia oferece recompensa de R$ 1 mil.

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