O adolescente de 13 anos que perdeu todas as trufas após uma mulher comprar os doces com uma nota falsa de R$ 100, em Jundiaí (SP), foi surpreendido com o convite de estagiar em uma fábrica de chocolates a partir do ano que vem.
A vaga foi concedida para o menino após o caso viralizar nas redes sociais. Com a repercussão do acontecido em maio deste ano, João Victor Jesus também recebeu doações de moradores de várias partes do país.
A mãe do jovem, Priscila Lima, de 33 anos, contou que ela conseguir pagar as dívidas da família com o valor arrecadado para a família com as doações. Ela diz que também pretende investir em cursos para o garoto.
"Ele deve começar a trabalhar assim que completar 14 anos. Ele faz aniversário no final do ano. A empresa não especificou como vai ser ainda, mas é uma grande oportunidade. A fábrica também forneceu uma ajuda de custo para ele", disse.
Segundo Priscila, o adolescente continua vendendo trufas no semáforo e estudando. Além das doações, João e os quatro irmãos ganharam tratamento odontológico durante um ano, que está sendo fornecido por dois dentistas da cidade.
"Ele ganhou um voucher de tratamento, tem dentista e pediatra também. A vontade que a gente tinha era de pagar as contas. Estamos orando para ver se conseguimos comprar uma casa. Eu e meu marido não temos renda, então os bancos recusam o financiamento. Queremos um futuro melhor para as crianças."
O menino também conseguiu uma bolsa para treinar futebol com o time do Paulista de Jundiaí. A primeira aula ocorreu no dia 20 de junho.
Relembre o caso
O segurança Sandro Moraes, que trabalha em um mercado na região do Bairro do Retiro, foi abordado pela criança na no dia 27 de maio. Na ocasião, o menino pediu ajuda para saber se a nota que havia ganhado era falsa.
“Na hora que peguei já vi que era uma falsificação muito grosseira. Era a mesma coisa de ter colocado numa impressora e feito uma cópia. Ele deve ter ficado feliz com a venda e não percebeu", disse Sandro.
Segundo Sandro, após o menino pedir ajuda, ele levou a cédula para um fiscal fazer testes. Muitos elementos, como a marca d’água, não existiam. A tristeza do menino chamou atenção do funcionário.
"Por dentro era um papel branco. O olho dele encheu de lágrima e ficou o sentimento de impotência. Coloquei a história nas redes sociais para as pessoas ajudarem.”
Ainda no mercado, o adolescente quis deixar a nota como exemplo para que as pessoas que trabalham no caixa não caíssem também no golpe.
“Foi honesto, não agiu de má-fé e ainda quis ajudar o pessoal. Acredito que a pessoa que repassou será difícil achar, mas, quando colocar a cabeça no travesseiro, vai bater a consciência”, disse Sandro.