Em uma semana, a vida de Mariana da Silva deu uma reviravolta.
“Teve a revelação do que eu já tinha dentro de mim. Do que eu já esperava. De que a minha filha não era a minha filha biológica. De que a minha filha biológica era a outra”, disse Mariana.
A outra criança foi registrada por engano como filha de Geruza Ferreira. O parto da Geruza aconteceu cinco minutos antes do parto da Mariana, na madrugada do dia 14 de maio de 2014, no Hospital Regional de Planaltina, no Distrito Federal, a 46 quilômetros do centro de Brasília.
Na semana passada, Mariana procurou a delegacia da cidade após descobrir no noticiário a história da Geruza, que você viu no Fantástico. Exames de DNA solicitados pela Justiça confirmaram que nem a Geruza e nem o ex-marido dela são os pais biológicos da filha registrada pelo hospital como sendo deles.
“Eu fui acompanhar o jornal. Na hora que eu vi o horário que a minha filha nasceu e o horário que a outra nasceu, eu fiquei mais abalada ainda. Eu já não sabia para quem ligar, não sabia com quem contar. Eu chorava. No outro dia eu fui na delegacia”, lembrou Mariana.
Para saber se houve a troca de bebês no hospital, o Instituto de DNA Forense da Polícia Civil do Distrito Federal coletou o material genético da Mariana, da Geruza, das duas crianças e dos ex-maridos delas.
Cada amostra de sangue passou por um mapeamento genético em vários equipamentos, e o resultado confirmou: a criança que está com Mariana é filha biológica de Geruza e do ex-marido dela, e a menina criada pela Geruza é filha biológica da Mariana e do ex-companheiro dela. A chance de acerto trazida pelo documento é de 99,99%.
O resultado foi divulgado pela Polícia Civil na última quarta-feira (27), quando as duas mães e os pais foram intimados a comparecer à delegacia.
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“Só eu mesma que sei o que eu estou passando. Como está sendo doloroso. Mas Deus tem toda a solução”, disse Geruza, chorando.
“Ela falou: ‘Obrigada por você criar a minha filha’, e eu disse: ‘Obrigado você’. Ela descobriu já tem tempo, e eu descobri agora, e ela continuou cuidando da menina, dando amor, com carinho. A melhor coisa é nós duas nos unirmos para continuar cuidando dessas duas meninas”, afirmou Mariana.
Agora, a Polícia Civil parte para uma nova etapa da investigação: apurar se houve negligência dos profissionais de plantão naquele dia no hospital. O inquérito vai apontar como e quem fez a troca dos bebês na maternidade.
As duas mães ainda não conheceram as respectivas filhas biológicas. O encontro só vai acontecer depois que as crianças conversarem com psicólogos indicados pelo Conselho Tutelar. E a troca, se acontecer, vai ter que ser intermediada pela Justiça.
“O meu objetivo é juntar, não separar. Juntar e ser uma grande família”, revelou Geruza.
E Mariana já sabe o que vai dizer para a filha biológica.
“Eu sei que você está em boas mãos. Você tem uma mãe maravilhosa, que cuida de você, lhe dá amor e carinho. Mas eu estou aqui também”, completou Mariana.